What a love?

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Jeon Jungkook é maravilhoso, segundo Park Jimin. Ele gosta de - quase tudo - em Jeon Jungkook. Principalmente quando o moreno toma suas mãos pequenas e gorduchas entre as dele no inverno, esquentando-as mesmo que Jimin não reclamasse de frio. Também em como ele gosta de mandar fotos para Jimin sobre tudo e qualquer coisa que acontece em seu dia, desde seu café da manhã até uma folha com formato inusitado que avistasse pela calçada.

Jimin e Jungkook, após se conhecerem, estiveram juntos em todos os momentos significantes da vida um do outro pelos próximos meses. Quando Jungkook passou no vestibular, quando Jimin conseguiu o seu primeiro estágio remunerado em uma clínica veterinária, quando o mais novo levou sua primeira bomba na faculdade, dentre outros. Mas, honestamente, não eram aqueles momentos que importavam.

Muitas pessoas irão compartilhar com eles momentos memoráveis, intensos, repercutíveis. Família, amigos, colegas, conhecidos. Porque momentos grandiosos atraem grandes plateias e, nem sempre, isso significa um público de qualidade ao seu lado para lhe apoiar quando necessário e vibrar as suas conquistas. O que importa, é quem está ao seu lado - apoiando e vibrando - nos pequenos momentos aparentemente insignificantes. Essas, sim, são as pessoas que estão definitivamente ali. São a melhor plateia, porque não necessitam de um espetáculo para que se façam presente em sua vida, simplesmente porque essa presença já é natural, diária, constante e dolosa.

Jimin e Jungkook estiveram lado a lado em pequenos momentos supérfluos. Desde uma tarde fria de filmes no apartamento de Jimin, até aquela espinha chata e insistente do final da adolescência que consumia a autoestima de Jeon. Situações bobas, mas significantes.

- Ji, o vizinho da frente tá aos beijos com a garota de sexta! - Jungkook informou, sem desgrudar os olhos da janela. Jimin descobriu que ele era o maior fofoqueiro, sabia mais da vida dos vizinhos de Park do que ele mesmo, que vivia ali. - Safado! A de quarta não ia gostar nada disso.

- Que nada, ela também é lá da faculdade, impossível não saber a fama que o JongIn tem ­- Retrucou, desligando a chama do fogão elétrico. Cuidadosamente serviu o chocolate quente em duas xícaras, deixando a leiteira de molho dentro da pia. - Ela faz odontologia, sabia?

- Você tem que me atualizar, eu já tava imaginando toda a briga deles na minha cabeça. Quase mandando as fotos pro Hoseok. - Fez bico, abandonando sua posição típica de fofoqueiro, sentado sobre uma perna com o tronco virado para a janela. Deitou-se novamente no sofá-cama, tapando suas pernas compridas com o edredom azul.

- Eu mereço - Jimin revirou os olhos, humorado. Estendeu a xícara ao mais novo, que se sentou com as costas contra o sofá. Eles já haviam tido uma discussão sobre Jungkook tentar beber coisas deitado sobre o forro do sofá de Jimin, e a mancha de suco de uva no cantinho esquerdo era o argumento físico do veterano.

Park enfim sentou-se ao lado do moreno. Assoprou o líquido doce e fumegante, vendo a fumaça cheirosa ricochetear seu rosto frio; um arrepio lhe subiu a lombar com a troca de temperatura.

- Frio desgraçado do caralho - Xingou, entre uma assoprada e outra.

Jungkook riu, acostumado com a boca suja de Jimin, que parecia ampliar seu vocabulário de palavrões a cada dia.

- O frio é bom, Hyung. Não é gostosinho ficar de chamego comigo no frio? - O confrontou, com a sobrancelha erguida e a pontinha do nariz avermelhada. Jimin sabia que Jungkook ficaria resfriado logo.

- Me desculpa Gukkie, mas eu preferia ficar de chamego em uma temperatura humanamente confortável. - Respondeu, astuto. Jungkook prontamente murchou, porque seu namorado sempre parecia ter a resposta certa na ponta da língua.

- Tá, mas e se eu fosse uma minhoca? - Brincou, inclinando o rosto para o lado com os olhinhos de jabuticaba semicerrados.

- Ah Jungkook, vai se catar! - Jimin riu, descrente. - Se você fosse uma minhoca eu ia te usar no meu herbário.

- Se você fosse uma minhoca eu ia te dar uma beijoca. A reciprocidade de centavos nesse nosso relacionamento é lamentável. - Tomou o primeiro gole, cuidadoso. Praticamente gemeu em satisfação. - Tá muito bom.

- Cuidado pra não se queimar de novo, amor - Alertou, distraído, enquanto vagava pelo catálogo da Netflix em busca de algum título minimante interessante para assistirem.

Mas Jungkook perdeu seus movimentos, parando com a xícara roxa à centímetros de seus lábios que se partiram instantaneamente em um sorriso largo. Jimin, alheio ao surto interno de seu namorado, continuava com o olhar fixo no monitor da televisão, criterioso na escolha do filme. Jungkook riu soprado, emocionado como a boa manteiga derretida que sempre foi.

- Que tal esse aqui? - Jimin sugeriu, com o cursor sobre um filme de ação envolvendo narcotráfico. Eles gostavam de assistir aquele tipo de filme juntos, embora não fosse nada romântico, porque no fim era seu gênero preferido em comum. Mas Jungkook nada respondeu, ainda processando a informação, então Jimin desviou os olhos da Tv para ele. - O que foi?

- Você me chamou de amor - Soltou, tímido sob o olhar de Jimin. Não pelo uso da palavra em si, já que Jeon adorava cantarolar "amor" como um vocativo em relação ao loirinho por quem é tão apaixonado.

Mas sim porque Jimin nunca o fazia, e embora Jungkook jamais cogitasse duvidar dos sentimentos do mais velho por causa da falta de uso da palavra, era bom ouvi-la. Ele queria aquilo. No fim, ainda era um jovem de vinte anos com nenhuma experiência anterior em relacionamentos sérios e um monte de situações melosas e clichês que ele queria viver. Ter Jimin realizando uma delas daquela forma, tão espontâneo, quando Jungkook sabia que seu namorado era pouco afetuoso com as palavras, parecia tão significativo embora quem visse de fora diria que era "apenas uma palavra". Para Jungkook, significava muito.

- É, eu chamei. - Jimin sorriu pequeno, dando de ombros. - Você não é? - Implicou, quase na defensiva. As vezes ele gostava de ser um pouquinho meloso e clichê, com Jungook e para Jungkook, apenas.

- Como assim? - Franziu as sobrancelhas, sem desmanchar seu sorriso feliz. Estava feliz.

- Meu amor. - Soltou, como se fosse óbvio. - Você não é meu amor, por um acaso?

Junkook dramaticamente colocou a mão sobre o peito, soltando uma lufada de ar quente que, em contato com a atmosfera gelada da sala de estar, produziu a característica fumaça. Riu trêmulo, quase desacreditado.

- Eu que dei uma de ladrão, mas é você que rouba meu coração todas as vezes, Jimin-Hyung.

FIM



Oi gente, voltei! *joga confete*

Então, por todo o carinho que eu recebi quando eu estava postando regularmente, há meeeeses atrás, me sinto na intimidade de prosear com vocês.

Foi mal pelo sumiço, eu passei por uma fase que eu não conseguia escrever nem uma notinha de supermercado. Foi mal também por terminar assim, vagamente, mas de todo modo a ideia sempre foi uma shortfic que mostrasse como eles se conheceram e uns momentos meiguinhos e descontraídos então, se for analisar, a gente não saiu taanto do curso natural das coisas. É, eu pretendia fazer mais capítulos e dar mais aprofundamento, mas melhor isso que nada, eu espero.

De qualquer forma, agradeço o carinho de vocês nos comentários e espero que tenham gostado dessa história, que foi só pra dar umas risadinhas e ficar com um quentinho. Plus, tô digitando numa temperatura de 8 graus com os dedos congelando, isso foi determinante hoje KKKKKKKK

Só pra não perder o costume, deixe um votinho com gosto de chocolate quente. Beijinhos, e até a próxima.



Att, Meduzaheartz.

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