Capítulo 2 - café.

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- Quer ajuda? - Perguntei sorrindo torto.

- Oh, não precisa, só tenho mais essas duas caixas mesmo. 

- Algum problema aqui? - Um rapaz moreno e de barba perguntou de uma forma rude, fazendo a garota de olhos verdes se encolher. 

- Nenhum... - Falou com a voz baixa e terminando de colocar as caixas na frente da porta ao lado da minha. 

Eles seriam meus novos vizinhos... O casal adentrou ao apê deles e a porta foi fechada de uma forma bruta. Estranho.

Retornei ao meu apê, tirei a calça moletom que eu vestia, ficando apenas com a minha blusa regata preta e uma cueca azul marinho. Deitei novamente na cama e esperei o sono chegar, coisa que não demorou muito de acontecer.

×××

Acordei umas 9:30 sentindo minha cabeça pesar um pouco, fiz minhas higienes matinais, tomei um banho quente e quando estava prestes a sair, ouvi um barulho terrível no apartamento ao lado e um choro alto.

Não será possível... 

Logo uma batida de porta estrondante soou por todo o corredor, nenhum vizinho se manifestou em olhar pelo visto, alguém havia saído e o silêncio voltou. 

Como eu tinha decidido antes desse show, peguei meu celular e minha carteira, e fui tomar um café, em um café aqui perto. 

Quando entrei no local, o sininho tocou e procurei uma mesa vazia para poder sentar. Não tinha nenhuma, porém uma garota estava sozinha, então resolvi perguntar se tinha algum problema eu sentar com ela. 

- Oi, bom d... Ei, você é minha vizinha, posso sentar?- Pergunto e ela assente virando o rosto - Enfim, bom dia - Falo animada.

- Bom dia - Ela fala baixo, quase em um sussurro e eu encaro a garota.

- Aconteceu alguma coisa em seu apartamento? - Pergunto diretamente. 

- N-não por que? - Ela pergunta gaguejando e logo vira o rosto para mim. Em questão de segundos meu queixo cai ao ver seu rosto, ele estava com um grande hematoma roxo e sua bochecha estava bem vermelha. 

- Jesus... Maria... José... o que foi isso em seu rosto menina - Pergunto levando minha mão a sua bochecha. 

- Não, p-por favor, não foi nada - Ela tentou sorri mas no mesmo instante suas lágrimas desceram desesperadamente pelo seu rosto. 

- Ei, se quiser desabafar, pode contar comigo, eu posso ser sua amiga - Falo sentando ao seu lado, ela se afastou com medo e suspirou. 

- Eu acho que preciso ir - Falou com as mãos trêmulas.

- Por que? - Pergunto confusa, mas ela apenas faz um aceno com a cabeça apontando para a porta de entrada. Era o seu namorado, ele estava encostado no carro e com os braços cruzados. abaixou seus óculos escuros e me encarou, pegou um maço de cigarros, levou um aos seus lábios, acendeu o mesmo e soltou a fumaça ainda me encarando.

Se ele acha que eu tenho medo dele, está muito enganado. 

A minha vizinha saiu e assim que chegou perto do seu namorado, ele a pegou pegou braço com força tentando disfarçar e apertou o mesmo. Pude ver quando ela falou "você está me machucando" e ele empurrou ela contra o carro, atacando os seus lábios, a garota estava estática, enquanto ele apertava todas as curvas dela.

O viado olhou para mim e sorriu descaradamente, ele está achando que eu quero a garota? Tá doido, mas quem sabe né, ela não merece esse canalha

A menina olhou para mim através do vidro e sorriu fraco. Senti toda a sua dor, apenas com esse gesto, deve ser terrível para ela ter um monstro desse como namorado. Depois de um tempo, a garçonete me atendeu, pedi um simples café e um sonho. Comi em paz e voltei para casa. Não tinha nada para fazer, então tentei ligar para as meninas. Chamei elas para um almoço, avisando- as para trazer as roupas do trabalho e daqui iremos para ele.

Depois de uns minutos escuto uns barulhos, no mínimo devem ser as meninas, abro a porta e vejo a minha vizinha parada na sua porta, observando minhas amigas chegando.

- Vagabunda - Alex fala me abraçando - Espero que esteja melhor. 

- Estou sim - Falo gargalhando.

- Sangue de Jesus Alex, já chega com esses palavriados - Nia fala entrando em meu apê. 

- Minha gatinhaaaa - Sam fala me abraçando.- Saudades, nunca mais falte um dia no trabalho - Nós gargalhamos.

- Que drama, entrem logo - Falei esperando todas entrar em e olhei para o lado vendo a vizinha sorrir, retribui o sorriso e entrei.

As vezes me pergunto se ela tem alguma amiga, esse namorado ridículo dela não deve deixar nem a pobre coitada ir ao banheiro sozinha.

xxx

- Não gente por favor, filme de terror não - Nia falava enquanto se ajeitava no sofá. 

- Terror sim - Alex falou colocando o filme, Nia ficou agarrada a mim e a Sam.

Eu quando assisto filme de terror, nunca consigo ter medo, sempre choro de rir e dessa vez não foi diferente. A cada gargalhada que eu dava, Nia gritava de desespero e as outras meninas gargalhavam também.

- Vamos começar a nos arrumar Nia? - Sam perguntou se levantando do sofá.

- Vão mais cedo hoje? - Pergunto confusa.

- Nós duas estamos em uma missão, vamos ter que usar até aquela roupa preta que vai do pescoço até o pé, fico muito apertada nela - Suspirou em derrota e nós gargalhamos.

- Boa sorte - Alex falou rindo.

Sam e Nia foram se arrumar, elas tinham que botar a roupa preta por baixo de uma roupa normal, segundo a missão delas, as mesmas teriam que se disfarçar de empresárias, parece que está tendo algum trambique na área administrativa de uma das maiores empresas de Metrópoles.

- Como estamos? - Nia perguntou com uma saia justa em seu corpo e uma blusa azul marinho de botão.

- Uau, eu pegava. 

- Credo Kara - Nia fez o sinal da cruz e nós gargalhamos.

- Sossega o pinto Kara - Alex falou batendo nas minhas costas. 

Logo Sam saiu do banheiro, ela e Nia pegaram duas bolsas que os agentes haviam separado para as duas, colocaram as escutas em seus corpos e grudaram duas mini câmeras em suas blusas, que eram do tamanho de um grão de feijão. 

As meninas se despediram de nós e eu fiquei apenas com Alex esperando chegar o horário do nosso expediente.

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a espiã | supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora