Pequeno imprevisto

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Camila's point of view

Eu estava confusa, me sentia totalmente fora de órbita, como se tivesse faltando algo e pelo visto tem um rombo na minha mente que me impossibilita me lembrar de anos da minha vida... Algumas coisas me voltaram a mente mas nada muito importante ou revelador

Até que quando minha mãe correu pra me ver trouxe una garotinha nos braços, devia ter quase 2 anos, e me chamou de mamãe, imediatamente olhei pra ela, sua pele alva como a de Lauren, suas feições parecidas um pouco comigo mas seus olhos eram idênticos ao de Lauren... não havia cono negar nada, ela era minha filha e de Lauren, mas como? Como isso é possível?

Então eu acho que desmaiei ou algo do tipo, mas mesmo desmaiada me veio como enxurrada uma lembrança

.

Ja era noite, eu já tomei banho e me juntei a família de Lauren pra jantar, mas ela não estava com eles

Fiquei ali comendo e conversando com o pessoal até que decidi me retirar e ir dormir, afinal foi um dia cansativo, mas produtivo de qualquer forma

Cheguei na tenda e me deparei com aquela figura que eu julgava ser tão prepotente e arrogante, largada no chão com uma garrafa contendo um líquido incolor dentro

Ela olhou pra mim como se estivesse vendo um inseto

- Isso é álcool? - perguntei

- Oque você está fazendo aqui?

- No momento eu ainda divido o quarto com você - rebati e me sentei ao seu lado pegando a garrafa da sua mão - Nem me chamou pra me juntar a você

Falei tomando um gole do líquido, era de fato forte

- Foi meu irmão que fez isso? - perguntei e ela confirmou - Ele me ensinou a fazer bebidas quando eu era mais nova, eu faço uma cerveja que é muito gostosa

- Algum dia desejo provar - ela falou com um sorriso leve

- Eu soube do que aconteceu 1 ano atrás, eu sinto muito - falei mudando de assunto e lhe entregando a garrafa

- Você é como ela, atrevida, arrogante, presunçosa, não tem medo de nada - ela sorriu bebendo um pouco - E você também é tão linda quanto ela

Me surpreendi com seu súbito elogio

- Obrigada - falei um pouco envergonhada - Vem, vamos levantar, tomar um banho e dormir

Ela não questionou, aceitou minha mão estendida e se levantou cambaleante. Eu a segurei pela cintura, pude sentir seu abdômen rígido, era um pouco estranho e ao mesmo tempo excitante ter ela tão perto

Eu a levei pra o lado de fora, fomos até um dos muitos poços que eles usam pra tirar água e peguei um balde cheio, a molhando com cuidado dos pés a cabeça

Eu poderia leva-la pra grande tenda dos pais dela, afinal lá tem banheiro próprio com um pequeno sistema de encanação, era bem moderno na verdade, mas decidi trazer ela aqui fora mesmo, afinal não tinha ninguém

Ela se sentou em um toco de madeira, ela chorava em silêncio enquanto eu a molhava. Eu senti pena dela, não podia dizer que conhecia esse sentimento, porque nunca amei ninguém a esse ponto, mas vivi uma dor parecida, afinal vivi esses anos todos achando que meu irmão estava morto

Eu a deixei com o luto dela, apenas a molhei em silêncio, palavras não se faziam necessárias nesse momento, ela precisava superar essa dor, que não iria embora, mas ficaria ainda mais fácil de lidar com o passar do tempo

The rivals - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora