24 - Heróis

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Tenshi viu Twice e Toga fugindo, não sentiu tristeza ou se sentiu traída, sabia eles iriam buscá-la, e dariam uma lição nos heróis que a pegaram.

Mas nem por isso seria pega tão fácil.

Usando sua individualidade, se transformou em Tomura e conseguiu se soltar do herói.

— O que é você? — O herói perguntou confuso e assustado.

Tenshi se transformou em um lobo e tentou correr, os heróis formaram uma barreira em sua frente e se alterou para um canguru, pulando por cima deles, se tornou uma onça e correu adentrando o beco.

Um herói apareceu em sua frente sem que ela esperasse, teve que parar bruscamente.

Sua energia estava acabando, era mais difícil se transformar em animais do que pessoas, pois adquiria não só suas características, como também algumas habilidades desses animais, isso a cansava mais rápido.

Correu para o outro lado, enquanto corria, deixou de ser uma onça e voltou a sua forma novamente, continuando a correr.

Saiu do beco, mas isso foi ruim.

Pois lá estavam todos os outros heróis.

Estava cansada, olhava desesperada para todos aqueles heróis, reconhecendo alguns dos os alunos que havia visto no dia do ataque.

Havia atingido seu limite e acabou desmaiando, só não caiu no chão pois uma heroína foi mais rápida e conseguiu pegá-la.

~~~

Quando acordou, estava em um quarto de hospital. Um fio de soro estava ligado a seu braço, o tirou rapidamente e se sentou na beira da cama.

Estava vestindo uma blusa de manga longa branca e calça da mesma cor. Desceu da cama tentando se transformar em um inseto ou animal pequeno para fugir dali rápido.

Mas não conseguia.

O desespero subiu, tentava usar sua individualidade e nada acontecia. Estava difícil se manter em pé, precisava ficar apoiada na cama. Se sentia fraca.

A porta foi aberta, um homem de cabelos pretos entrou.

— Eu sou o detetive da polícia Tsukauchi.

Polícia? Lhe disseram que esses caras andam colados com os heróis.

— O que vocês fizeram comigo?! — Perguntou impaciente, se afastando do homem até bater na parede. Sentia seu corpo tremer, seus batimentos aceleraram e o medo a consumiu.

— Você está sob efeito de uma anestesia, por isso não consegue usar sua individualidade e se manter firme. Fique calma, não estou aqui para te machucar, você está a salvo agora. — Ele explica com calma.

— A salvo? Eu não estou a salvo! — Retrucou o detetive. — Minha família não está aqui! Não me diga que estou a salvo!

— Família? Você quer dizer a Liga dos Vilões? Eles são sua família?

Ficou quieta, havia falado demais e sabia disso.

— Olha só... — Tsukauchi se aproximou dela, que tentou recuar mas não podia mais. — Você é apenas uma criança que aquelas pessoas moldaram para se tornar uma vilã no futuro, você não precisa seguir isso. Está confusa e com medo, não há o que temer. Nós somos as pessoas boas aqui. — Ele tentou colocar a mão na cabeça da menina.

— Pessoas boas não sequestram. — Tenshi segurou seu pulso. — Eu não 'tô aqui por querer, o que faz disso um sequestro. Eu quero voltar!

— Você não pode voltar, eles são pessoas ruins, são vilões. Nós vamos te educar da forma certa, vamos lhe ensinar a ser uma pessoa, eles só vão lhe ensinar a roubar, matar e fazer outras coisas ruins.

Tenshi o encarava, não estando convencida.

— Os heróis não querem te machucar, querem te ajudar, ajudar é o trabalho de um herói.

— Se vocês ao menos fizessem seu trabalho direito, eu acreditaria. — Rebateu, empurrando a mão do detetive de forma rude.

— Você esfaqueou o Midoriya, um aluno que quer ser herói, isso é uma atitude de vilão, foram eles que te ensinaram isso, não foram?

— Não. Eles me ensinaram a me defender, ele me tirou de perto dos que me amam, eu esfaqueei ele porque ele queria me tirar de perto deles!

Tsukauchi respirou fundo.

— Isso não vai ser fácil... Eu vou voltar mais tarde, quando estiver mais calma.

— Não volte.

O detetive saiu. Ela continuou tentando se transformar em algo, mas nada.

Olhou para a janela.

— Vai ser ali mesmo. — Deu de ombros, se aproximou cambaleante do batente, olhando para baixo.

Estava em um andar muito alto para pular, não estava em condições de descer devagar se agarrando nas paredes e não podia sair pela porta pois a identificariam como paciente, ainda mais sendo uma criança.

Sem escapatória.

Suspirou.

Muito tempo depois, a porta se abriu novamente e o mesmo homem entrou.

— Olá. — Ele disse amigavelmente.

— Vai me levar de volta?

— Não posso fazer isso.

— Então você não ganha outro "olá". — Cruzou os braços.

— Qual é o seu nome, anjo?

— Exatamente isso.

— Perdão, não entendi.

A menor suspirou.

— Anjo... Tenshi é meu nome.

A Protegida da Liga (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora