Memories Of Forgotten Days!

3 0 0
                                    

Ociosamente os tilintar dos saltos no assoalho, um conjunto de ruídos firmes e sem pressa, retiniu na tensa ausência de som da sala. Ela apresentava uma fluidez em seus movimentos que facilmente a confundiriam com uma graciosa dançarina, como o soprar da brisa agradavelmente calorosa. Os cabelos em tons dourados pálidos eram ouro derretido escorrendo pelos ombros, que arrastava atrás de si à medida que diminuía a distância existente entre eles. Apesar do clima repleto de estática agressiva que repeliria qualquer pessoa com o mínimo de bom senso igual a um campo minado, a jovem não demonstrava estar intimidada. Seus olhos estavam fechados e esse detalhe não era relevante pelo modo que ela peregrinava, sabendo onde pisar seguramente e em que ponto teria um obstáculo a ultrapassar.

Parou à poucos metros dos homens, em postura defensiva e desconfiada, afiados e ávidos para agir. Abriu os olhos, revelando o vítreo e leitoso branco da íris. Vendo muito além da cadeia limitada de um campo de visão humano. Enxergando amplamente as cores amorfas em constante vibração denominadas Auras, a energia mais pura do Espírito de um indivíduo. Identificou cada uma das assinaturas energéticas, determinando com exatidão a quem pertencia. A azul intensa e escura, um indício de escuridão característica de demônios, de Vergil. O laranja com traços de roxo ondulando ritmadamente de Holy. Por fim, o azul mais claro com nuances de branco de Nero. Eles inconscientes da influência desenfreada das auras, propositalmente criando uma atmosfera pesada, exalando uma adversão muda. Viu um fio vermelho-prateado anexado ao dedo mindinho do mestiço mais velho, a materialização espiritual do Carma dividido, ligeiramente também um esboço do Cordão Prateado. Isso será problemático futuramente, pensou lembrando-se da sua previsão conturbada.

Supriu o as incompatibilidade emocional da mulher que usava como suporte. Ironicamente não tinha muito tempo a dispor, também não facilitava o fato de que os três homens deixavam claro que não era bem vinda. De certa forma, duvidava que contando a verdade fosse o suficiente para amenizar a pulsação rancorosa que rondava o espaço entre aquelas paredes. Por natureza, ela era inteiramente boa: compassiva, amorosa, paciente e honesta. A ansiedade era um sentimento raro tal como a irritação. Contudo, estava propensa à instabilidade humana da sua hospedeira, uma vez que a pegou emprestado para atuar no meio. Seus lábios comprimiram-se formando uma linha visivelmente enfadonha.

— Meu nome é Galateia — havia um respeito sereno no seu timbre para lhes mostrar afinidade, ao menos fazê-los menos hostis a sua presença.

— Galateia? — o feiticeiro piscou, erguendo-se num rompante como se tivesse se deparado com algo extremamente extraordinário. — Alexander mencionou você no diário dele, você aconselhou e o guiou a Diva

Galateia sorriu.

— Mas o que está fazendo aqui?

— Estive parada muito tempo, porém com as recentes perturbações na ordem e no equilíbrio entre os mundos não pude simplesmente cruzar os braços e esperar um desfecho. Principalmente vendo que poderia não ser um no qual teríamos um alvorecer.

Inconformadamente, meneou a cabeça. Tudo lhe pareceu subitamente engolfante, uma situação imprevista. Se para ela a menção do que veria pela frente era incerto, imaginava o que eles, ainda ignorantes, poderia ser.

— Isso está tomando proporções muito grandes. Não tive muita escolha senão... Pôr tudo em uma balança e vir aqui colocá-los a par do caos que os mundos estão se convertendo.

— Seja direta. Não temos tempo a perder com excesso de pormenores. — Vergil cortou, os olhos penetrantes e expressivos como de uma águia, examinando-a.

— Eu tenho vigiado o mundo, séculos e séculos. Vendo-o evoluir. E também vendo-o decair. — repousou as mãos acima dos seios em profunda reflexão. — Estamos próximos de uma nova guerra. É inevitável até o ponto que chegou. A personificação das Trevas se libertou...

Between DimensionsOnde histórias criam vida. Descubra agora