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"Porsche... Porsche"
Assim como dois fugitivos, saímos do banheiro daquele bar direto para o carro, e a voz do Kinn sussurrando meu nome não saia da minha cabeça, incentivada pelo calor de sua mão firme que apertava a minha, escondida entre nossas pernas no banco de trás da limusine. Sim. Ele foi me "resgatar" de limusine! Nos olhamos, sem nem ao menos tentar disfarçar o fogo, em nossos olhos e rostos, dos outros seguranças que nos acompanhavam na viagem.
"Porsche"
Fecho os olhos. A nicotina — ainda presente no meu sangue — misturada em todo álcool que tomei nessa noite, e na adrenalina, não de ter vencido em campo, mas de ter sentido o pau do Kinn pulsando em minha mão, faz a minha cabeça girar. Enquanto imerso na tontura e no som constante do motor do carro, lembro de nossa trajetória até aqui.
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"Você não faz meu tipo"? Como eu não faço seu tipo, Kinn, se quando sentiu minha mão encobrir seu volume, parou imediatamente tudo o que fazia com o meu e se entregou, com um sorriso que só saia de seu rosto quando você, esbaforido, chamava meu nome? Seu tipo, Kinn, era o tipo que não o fazia se apaixonar. E você se apaixonou. Por mim. Você não disse em palavras, mas eu vi. Eu vi, quando ao me libertar das amarras da "família principal", aquela noite na floresta, seus olhos estavam inchados por causa de lágrimas que ainda nem haviam lhe escorrido. Senti que me amava, naquele seu abraço de despedida, que não tinha forças o suficiente para me segurar, pois eu sei que você não sabia se conseguiria me soltar, Kinn. E, no meu abraço, eu queria que você ouvisse o quanto eu implorava para ficar, o quanto eu esperava que você ordenasse que que eu ficasse, porque você sabia que eu precisava ir. Pelo meu irmão. E pelo meu sonho. E eu teria que ir, Kinn, e você deixou. E quando você o fez, eu te amei mais que tudo.
Quando quase perdeu a cabeça no banheiro do bar, seu corpo tremeu. Hesitou no mesmo instante em que me prendeu contra o espelho, que no reflexo evidenciava o seu desgosto com você mesmo naquela época em que eu ainda não sabia tudo o que você significaria para mim. Você afrouxou o aperto, e quase inaudível, se desculpou, alto o suficiente para que eu ouvisse, mas tentava ao máximo não escutar a própria voz, porque a cada vez que você pede perdão, você se lembra do que fez comigo e sente nojo de si. Mas eu te perdoei, Kinn. Queria que enxergasse isso na maneira em que eu olho para você. Veja como toco em você e como deixo que me toque. Eu deixo, Kinn. E acho que enfim, você viu.
Você me olhou, assentindo como quem pede permissão, então segurei seu rosto com ternura para que sentisse que, daquela maneira, você me teria por quanto tempo quisesse. Mas eu precisava de mais, eu precisava te mostrar que eu posso cuidar de você, que posso fazer você sentir o mesmo que me faz sentir quando estou do seu lado. Que você pode confiar, assim como me fez confiar em você de novo. Como quando você me segurou com cuidado. Como quando deixou aquele beijo no topo de minha cabeça, antes do combate, e eu sabia que eu estaria protegido de todas formas. Eu sabia que iriamos vencer, Kinn, porque eu precisava voltar para você. E quando, enfim, você estava ali, exposto para mim, era eu quem queria te dar o prêmio.
Abri suas calças, enquanto tentava desviar de suas mãos que estavam investidas em me tocar. E eu só precisei encostar em você, Kinn, para que você abrisse o sorriso mais bonito para mim. Você sorriu como se ninguém jamais tivesse te tocado. Como se ninguém jamais tivesse te amado como eu pretendia te amar essa noite. Você paralisou em meus braços, e me olhava de baixo, devoto, como se eu fosse a porra de uma escultura de alguma santidade a ser apreciada.
Você não sabe o quão lindo você é, Kinn? Você me mostrou seu pior lado e eu vi a luz em você. Você me mostrou um lado meu que eu não conhecia e essa foi a coisa mais bonita que já fizeram por mim. Você nunca me enganou, e desde que vi aquele sorriso na floresta, aquele bendito sorriso que você guardava a sete chaves na cidade, por não poder mostrar, eu sabia que eu queria assisti-lo, exposto dessa forma pra mim — pelo tempo que durar essa vida.
Ou por todas as outras que virão.
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Você está seguro comigo, Kinn. Se permita sentir meu toque. Goze para mim, Kinn. De novo e de novo e de novo. Deixe nossa roupa melar e que minhas mãos te guiem para o nosso lugar. Deixe que vejam que você é meu, Kinn. Deixe que vejam as marcas que cravo em sua pele, como retribuição à marca que você deixou em minha vida. Deixe nosso suor ser evidência. Me deixe te amar e se permita ser amado. Pode chorar em meus ombros quando precisar, eu não contarei a ninguém. Eu te prometo. Seremos só nossos, Kinn. Eu estou do seu lado. Sou seu cúmplice, seu companheiro e seu refém, porque eu sei que você jamais vai me prender. Minha vida era sua, e agora, vejo que você entregou tudo que tem para mim. Você me libertou, e eu voltei. E sinto que, enfim, se rendeu. Eu te amo, Kinn, e desde que me perguntou, e te confessei o meu maior sonho, ele se tornou tão pequeno, que para mim, só será suficiente se você estiver comigo, na minha praia — na nossa praia —, pelo tempo em que o amor durar. Por quantas vidas ele durar.
MariJoopter
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Tomei a liberdade de escrever aqui, um Porsche perdidamente, irreparavelmente e dramaticamente apaixonado.
Há boatos de que foi o álcool com a nicotina, mas podem ser apenas os sentimentos profundos emergindo depois do que aconteceu naquele banheiro.
Espero que tenham curtido.
》E depois vi no behind the scenes que, aparentemente, foi isso mesmo que o Apo e Mile quiseram passar com a cena.
KinnPorsche está revolucionando o BL ♡
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TENHO OUTRAS HISTÓRIA DO UNIVERSO BADBUDDY AQUI
(UMA CONTINUAÇÃO DOS EVENTOS DA SERIE)
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EVIDÊNCIA | KinnPorsche | La Forte
Fanfiction[+18] "Fecho os olhos. A nicotina - ainda presente no meu sangue - misturada em todo álcool que tomei nessa noite, e na adrenalina, não de ter vencido em campo, mas de ter sentido o pau do Kinn pulsando em minha mão, faz a minha cabeça girar. " Como...