Cap. 1 - A vida que sempre quis

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Dulce Maria

Me mudar para Los Angeles era o maior sonho da minha vida. Planejei esse momento durante anos e não medi esforços quando o assunto eram meus estudos. Fiz faculdade de administração e ciências contábeis ainda no México e me mudei para Califórnia assim que consegui estagio em uma das melhores empresas de contabilidade do país.

Não demorou para que eu fosse efetivada, o que foi maravilhoso! Não queria mesmo sair daquele lugar que deu início a minha carreira. Mas devo admitir que não foi fácil, o processo para adquiri sucesso e respeito ali dentro me fez ser odiada e ate rejeitada por alguns membros da equipe. Afinal, não podemos agradar a todos, não é?

Felizmente me mantive positiva e agora, depois de cinco anos, posso dizer que vivo a vida que sempre sonhei: meu apartamento, meus amigos, meu trabalho... uma bagagem de experiências vividas e outras mais para desfrutar.

[...]

A Better Company

Atuar na gestão financeira da Better era um desafio e tanto, mas eu não me imaginava fazendo outra coisa. Ser responsável por algo tão importante e crucial dentro de uma empresa me fazia sentir útil, sentimento que sempre apreciei. Havia uma beleza inexplicável naquela torre de aço com seus janelões espelhados estampando perfeitamente o reflexo da grande L.A.

Anahi trabalhava no mesmo setor que eu. Nos conhecemos na faculdade, mudamos e estagiamos juntas. Era minha melhor amiga assim como Christian, que conhecemos logo após finalizar o estágio e desde então se tornou nosso fiel escudeiro.
Infelizmente Christian não se adaptou a Better e acabou sendo contratado pela nossa maior concorrência, as empresas Laut, mas claro que sabemos bem separar nossa vida profissional da pessoal e isso nunca foi um problema no nosso relacionamento.

Posso dizer que tenho sorte pelo bom trabalho e boas amizades.

[...]

Los Angeles
7:20hr - Outono

Sai de meu apartamento bem cedo aquela manhã encontrando Annie no hall, como de costume. - Uma das vantagens de morarmos no mesmo prédio é que ela tinha carteira de motorista e não precisávamos pagar por um motorista de aplicativo ou algum transporte público. Já que eu não fazia ideia de como dirigir um carro e o banco do carona parecia bem mais convidativo e seguro para mim.

Quando chegamos na empresa, soltei minha bolsa na minha mesa e corri apressadamente para a sala de reuniões. O chefe do departamento havia convocado toda a equipe para um comunicado urgente, e seja lá o que for, não me parecia algo muito positivo.

— Primeiramente, bom dia! — Disse o Senhor Pérez com uma seriedade que jamais tinha o visto falar antes. E apesar do clima tenso, todos responderam sua saudação em uníssono:

"Bom dia!"

— Muito bem. Suponho que já tenham ouvido falar sobre as últimas novidades da semana. — Ele observou a todos na procura de algum semblante de surpresa, mas ninguém ali desconhecia o assunto. Então continuou: — O atual governo solicitou nossa participação em projetos sociais, o que de certa forma irá tomar tempo, trabalho e consequentemente dinheiro. Passarei a ficha de inscrição para quem deseja se candidatar, de forma altruísta, é claro.

Segurei a vontade de revirar os olhos depois de perceber o rumo que aquele falatório iria levar: recrutar algumas pobres almas inocentes para fazer o trabalho do estado, enquanto a empresa fatura 4x mais com marketing gerado durante a ação. Uma jogada de mestre, eu diria.

— No entanto! — Ele retomou em alto e bom som, chamando a atenção daqueles que murmuravam sobre a proposta. — Não é somente sobre isso que venho comunicar.

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⏰ Última atualização: Oct 06 ⏰

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