2 - A fiel nem vai saber

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CALLIE POV

Meu nome é Callie, tenho 22 anos, faço faculdade de medicina e sou completamente mimada pelo meu pai.
Não digo mimada no mau sentido, afinal sou uma mulher responsável, falo no sentido de ele me amar e fazer quase tudo que eu peço, mas pra conseguir isso, eu tenho deveres a cumprir: ser boa aluna, e ser a melhor cirurgiã ortopedista que eu puder.
Eu até pensei que ele ia me deserdar e parar de bancar minha faculdade e minha mesada quando eu contei que sou bisexual, mas ao contrário, ele só disse que espera de mim ser uma pessoa feliz e responsável.
Responsável, isso eu sou, já feliz... Tô tentando. Não falo na área que escolhi , essa eu amo. Falo na minha vida amorosa mesmo.

Addison e eu estamos namorando há quase um ano, ela já é interna da Ginecologia no hospital em e em breve inicia a residência.
Devido ao tempo dedicado como interna e o meu concluindo a faculdade mal nos vemos e estou desconfiando de que ela está com alguém. Quando estamos juntas ela não me procura e quando temos alguma coisa... Sinto ela distante. Ela diz que é cansaço, mas eu não acredito.

Eu moro sozinha há alguns anos, e ela também. Não moramos juntas, temos nossas individualidades. É bom ter o seu próprio lugar depois de uma briga.

Meus dias são quase todos iguais.
Acordar cedo;
Fazer minha higiene;
Escolher uma roupa;
Tomar café e seguir para a biblioteca antes de ir pra faculdade.

Tudo começou em um dia que acordei, no dia seguinte a uma briga com a Addie, o que me fez acordar atrasada e eu acabei saindo para a biblioteca sem ao menos fazer o desjejum.

****

Fui correndo pra biblioteca que é onde consigo ter o silêncio de que preciso pra estudar. Silêncio porque concentração... Está difícil.

Não pela Addison, consigo separar bem as coisas, ela não tira meu sono, tampouco minha fome.
O que tira a minha concentração tem nome, cabelos loiros e um par de olhos azuis belíssimos, é como admirar o mar, sem falar no quanto ela é simpática e bem prestativa. Eu sei. Ela é prestativa com qualquer pessoa, afinal ela é a bibliotecária, e que bibliotecária.

Já olho pra ela faz tempo. Sim, eu sei, eu namoro. Mas olhar ... Não arranca pedaço. E sei que ela me olha também, mas nunca passou disso. Eu sempre a observei de longe, afinal nos conhecemos há muito tempo, mas depois que o meu relacionamento começou a arruir, fiquei mais próxima dela. Se eu não fosse fiel, pegava ela com certeza.

Um dia desses eu estava tão concentrada nos meus livros e escrevendo minha tese que nem ao menos percebi que não coloquei coisa alguma na boca.

- Percebi que você sequer bebeu água, hoje! Você precisa se hidratar, Calliope. - ela diz enquanto coloca um copo de água em minha mesa.

- Obrigada, Arizona! - digo pegando o copo e bebendo o seu conteúdo. - E não precisa me chamar assim, me chama de Callie. Já frequento essa biblioteca há anos e nos conhecemos há bastante tempo. - digo sorrindo .

- Eu sei! É que eu acho lindo seu nome. É diferente, forte, sexy!

- Do jeito que você fala realmente me agrada ouvi-lo! Obrigada! - meu nome na boca me fez pensar besteira e tirei o pensamento dali o mais rápido que pude.

- Eu paro, mas só se você parar de me chamar de Arizona. - ela retruca. - Parece que você está com raiva de mim! - ela sorri.

- Combinado, Ari! - sorri.

- Combinado, Callie! - a loira me sorri de volta. - Posso te ajudar em mais alguma coisa?

- Acho que pode! Almoça comigo? - a loira sorri. - Eu estou morrendo de fome e não quero comer sozinha.

CONTOS CALZONAOnde histórias criam vida. Descubra agora