adubo

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O grito preso na minha garganta
Morreu na minha garganta
Ninguém nunca ouviu um eco sequer

O funeral do grito foi evento quieto
Enterrei ele na minha aorta
Plantei uma horta para marcar o local
Mas esqueci-me de cuidar

Quando vi, o mato tinha tomado conta
Ervas daninhas e flores venenosas
Sufocavam meu coração
Alimentadas pelo grito estridente e amargo
Que apodreceu em meu interior

Tranquei a horta

Deixei que o silêncio tomasse corpo
(o meu corpo)

Deixei minha alma murchar e morrer

Era o melhor, eu acredito,
Era o melhor a se fazer.

menino em sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora