over and over again

my kiss can mend your broken heart

and i can lend you broken parts
that might fit like this
and i will give you all my heart
so we can start it all over again

over again - one direction

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Nayeon ainda podia lembrar do gosto dos lábios de Tzuyu nos seus. E agora o que restava era um coração quebrado pulsando em seu peito.

Ela observou a jovem atravessar o laboratório de química e suspirou. Tzuyu sequer olhava em sua cara, parecia fingir que ela não existia. Nayeon não conseguia mais lidar com isso.

— Que porra vocês fizeram, hein? — Ouviu Jeongyeon, sua dupla e melhor amiga, perguntar ao seu lado. Nayeon deitou a testa na mesa de pedra e bufou alto demais.

— Ela está irritada comigo — resmungou. — Porque meus pais ofereceram uma viagem até a praia aos pais dela.

Jeongyeon riu.

— Deixa eu ver se entendi: você termina com ela porque manter a relação em segredo fez tudo parecer errado, ela para de falar com você, vocês são vizinhas e tem que pegar todo dia o mesmo ônibus juntas até a escola, e agora vão viajar juntas, e por isso ela não olha mais na sua cara?

Nayeon virou a cara para o lado, apoiando a bochecha na pedra agora, e encarando a amiga.

— Sim. Não ria. Eu queria ela.

Jeongyeon sacudiu a cabeça em negação, claramente nada feliz.

— Você é tão burra, Nayeon. Pra que diabos terminar com a garota?

Im suspirou. Olhando para trás, se arrependia de ter feito o que fez.

Nayeon e Tzuyu eram vizinhas e estudavam na mesma escola, e um trabalho em dupla uma vez originou alguns beijos entre as duas, deitadas cuidadosamente na cama de Nayeon. Ela ainda se lembrava como se tivesse acontecido ontem.

Tzuyu de costas contra a cama, Nayeon com o cotovelo apoiado ao lado da cabeça dela, deitada de lado, o corpo suavemente curvado para cima do da mais nova. Seus lábios dançando um no outro como se fossem feitos para esse momento. O jeito que os dedos de Tzuyu buscaram sua mão livre e a apertaram, entrelaçando-os. E como aquilo virou uma rotina, ficarem ali sob a luz do sol que entrava pela janela, ouvindo o estalar de seus lábios em beijos calmos que faziam seus corações baterem como tudo, menos calmos.

Nayeon descobriu que, como seus lábios, suas mãos se encaixavam perfeitamente também. Pareciam ter sido desenhadas para se segurarem. Ela ainda lembrava da sensação da palma quente contra a sua.

Agora, Tzuyu parecia andar por aí cabisbaixa demais. Porque Nayeon resolveu que manter Tzuyu escondida por conta das próprias inseguranças com sua sexualidade apenas faria mal para a mais nova, e ela queria tudo, menos fazer mal para Tzuyu.

Mas o tiro pareceu ter ido pela culatra.

Agora as duas estavam mal.

Elas entravam no ônibus para irem para a escola e, por algum motivo, ainda se sentavam lado a lado. Nayeon deixava Tzuyu ir na janela, porque sabia que ela gostava, e Tzuyu apenas olhava as ruas o caminho inteiro. Nunca olhava para ela, mas suas coxas com o tecido das saias dos uniformes se esbarravam, e aquilo fazia o coração de Nayeon se acelerar brutalmente.

Deus, como ela amava Chou Tzuyu.

As coisas pioraram ainda mais quando seus pais, amigos dos pais dela, sugeriram uma viagem para a casa de praia deles no final da semana. Sairiam sexta feira após a aula das duas - naquele dia, e voltariam segunda de manhã, que era um feriado. É claro que Nayeon se animou com a ideia, mas vendo o rosto emburrado de Tzuyu, sentada no sofá de sua sala enquanto os pais bebiam vinho, ela sentiu seu peito murchar.