Uma nova página

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A cada dia me torno mais alguém que desconheço. O pesar da vida me roubou o que eu era. Coisa que já nem sei mais se era de fato!
A alegria de viver o mundo, já não existe mais em mim. Ainda não morri, mas é como se estivesse. Está tudo tão, NEUTRO.
Engraçado que uma vez li um poema que falava sobre o "neutro" ser o pior estado da vida. Eu discordei, pois achava que viver no "neutro", seria calmaria. Hoje vejo que estava totalmente enganada.
Sabe, conviver com a sensação de incompletude e falta de ar a cada minuto é algo torturante. Me sentir incapaz de tudo a todo momento, me torna algo tão, sem sentido (não sei bem se era essa palavra que eu queria usar, mas foi a única que veio a mente neste exato momento).
"Seja forte", "isso é bobagem", "você só está nesta situação porque permite","se ame mais"... São tantas as palavras que ouço, não sei se estou realmente fazendo errado ou se os que me falam apenas não sabem compreender o que estou vivendo.
Talvez seja isso, eu estou me permitindo morrer a cada dia. Me afundando em um mar de ilusões e medo, o qual não me permite lutar. Acho que minhas forças acabaram. Acho que eu me acabei!
Me permiti ser vencida, na minha própria história. Abandonei a minha alma e abracei a dor, sem nem mesmo questionar. Imaginei tanto, mas não tive coragem de dar o primeiro passo para vencer. Eu sou uma inútil? Ou apenas tento agradar demais?
Sabe, a minha irmã tem discutido muito comigo sobre isso. Sobre parar de querer agradar a todos e aprender a dizer "não". A partir destas conversa tenho tentado me priorizar, me amar mais e colocar a minha vida em primeiro lugar. Tá difícil, tá doído, é aterrorizante.
Sempre vive tentando saciar a necessidade de todos, nunca tive tempo de atender as minhas. Antes eu achava que a alegria estava em agradar e fazer "amizades". Hoje sou uma pessoa vazia, que nem mesmo reconhece sua face.
Onde eu errei? Talvez na parte de me deixar sempre em último lugar.
Hoje pela manhã falei em uma das minhas redes que devemos nos priorizar, fazer o que fazemos por nós, pelo nosso bem. Não falei isso por estar realmente vivendo, falei por quero viver. Quero deixar de ser por "eles" e ser mais mim.
Acho que vai ser iniciando este caminho que começarei a tirar o pé dessa escuridão.