Maraisa
Desde o nosso selinho, Marília tem estado bem afastada de mim. Ela cuida de mim, brinca comigo em meu pequeno espaço mas não passa disso.
Agora que a safada da Carina beijou a irmã dela, quero ir lá para ela me contar como isso aconteceu, mas antes vou tentar conversar direito com a Marília.
Como já estava tarde, eu estava deitada, pronta para dormir mas eu sei que a professora estava acordada, então me levantei e saí do quarto que eu estava ficando. Caminhei até o final do corredor e vi que uma luz ligada por baixo da porta de seu escritório. Dei duas batidinhas na porta e coloquei apenas minha cabeça para dentro.
— Tudo bem, Maraisa? - cadê o "pequena"? Foi com Deus né.
— Não, Marília. - entro em seu escritório e paro em frente sua mesa. Ela franze as sobrancelhas.
— Aconteceu algo? - cínica...
— Por que você está me tratando assim?
— Assim como?
— Só está conversando o básico comigo, desde o nosso "beijo" - faço aspas com as mãos. Ela me olha, tira os óculos e fecha o notebook.
— Oque aconteceu foi errado Maraisa, eu sou mais velha que você, sou sua professora... não podia ter acontecido.
— Você não gostou? Não gosta de mim?
— Aí que ta o problema, eu gostei do nosso pequeno momento, gosto de cuidar de você e estou gostando de você mais do que eu gostaria. - massageia as têmporas e eu sorrio me aproximando de sua cadeira.
— A Lila, eu também estou gostando de você, eu não ligo para sua idade e não ligo de você ser minha professora. Gosto de como você cuida de mim. Não quero me afastar de você. - ela fica me olhando por alguns segundos mas logo depois abre um sorriso lindo para mim.
— Eu também não quero me afastar de você, Isa. - ela afasta sua cadeira e eu me sento de lado em seu colo.
Olho em seus olhos e sinto suas mãos segurarem minha cintura e a lateral da minha coxa. Seguro seu rosto com as minhas duas mãos e as aperto um pouco formando um biquinho em seus lábios, junto minha boca na sua em um selinho. Sinto sua língua passar levemente por meu lábio inferior, como se pedisse passagem, mesmo eu nunca tendo beijado antes, eu cedi a passagem e senti sua língua passar sobre a minha. Ela fez os movimentos e eu só acompanhei.
Ela encerrou o beijo com vários selinhos e separamos nossos rostos, ela sorriu para mim e mesmo sentindo minhas bochechas quentes, sorri de volta e deitei minha cabeça em seu peito.
— Vamos na casa da sua irmã? Carina está lá.
— Carina? Sua amiga? Na casa da minha irmã?
— Eu não sei a história toda, vamos lá pra eu descobrir. Carina apenas me contou que beijou a professora.
— Oi? - ela deu dois tapinhas na minha coxa como incentivo para eu levantar e assim eu fiz. — Vamos lá agora pra Roberta me contar essa história direito. - ri do espírito fofoqueiro da loira.
Ela pegou em minha mão e descemos as escadas até a porta principal, saímos de sua casa apenas com um guarda-chuva que cabia nós duas e literalmente só atravessamos a rua e chegamos.
Marília tocou a campainha e logo a professora Roberta abriu a porta.
— Oi loira, oi pequena. Entrem. - entramos em sua casa que era muito parecida com a da Marília.
Marília colocou o guarda-chuva molhado na entrada e fomos para a sala, Carina estava lá, comendo oque eu vi ser sushi.
— Oi amiga. - ela diz se levantando e me abraçando.
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My Little Girl
Historical FictionMarília com seus 34 anos era professora de inglês do terceiro ano era uma mulher séria e rígida com seus alunos mas fora de sala, parecia até outra pessoa. Não deixava nada de sua vida pessoal passar pelos portões da escola. Além da vida escolar, Ma...