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Espero que gostem 😉

Deem uma olhadinha na playlist para acompanhar o capítulo!

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Ciciando as folhas do outono se despendiam de seus galhos, existia maciez nas lufadas de ar jogadas contra os vidros e paredes e isso tudo trazia junto a si uma calmaria agradável, bem, isso se esquecêssemos os risos altos que enalteciam o ambiente inteiro.

- Nabi, meu amor. Você não quer deitar para mamãe conseguir te dar boa noite? - Me aproximei do lado da cama, minha garotinha de cinco anos e meio terminou de pular sobre a mesma e se ajeitou rapidamente com um sorriso travesso, dei uma risadinha fraca puxando os cobertores até os ombros dela. Deixei a vela sobre o bidê, caso ela sentisse medo durante a noite, beijei seu rosto e me levantei indo até à porta.

- Mamãe! - Seu corpinho pequeno se moveu de forma ansiosa, bagunçando um pouco a cama, pedi para prosseguir e ela logo disse, movendo os dedinhos de forma tímida. - Você pode contar uma história?

Sorri para a pequena florzinha concordando prontamente, me sentei sobre a cadeira de madeira ao lado da cama e a observei pensativa.

- E qual história eu poderia lhe contar?

- Uma sobre fadinhas! - Pulou alegremente enquanto apontava para a janela que mostrava a floresta, lá onde diziam que se encontrava as fadas. Sua empolgação me animou, a floresta se mexia suavemente em farfalhares, aparentemente, uma floresta normal, mas se você prestasse atenção ouviria pequenas risadas que se camuflavam ao vento anunciando algo claro, que assim como sempre fora, nunca estávamos sozinhos.

- Vou contar uma... Sobre uma fadinha que se apaixonou por um humano. O que acha? - Sorrindo ela concorda energicamente, desalinhando novamente as cobertas feitas por minhas mãos, meus dedos passearam pelo tecido com diversos desenhos abstratos para aqueles que não sabiam como o interpretar. Suspirei, recordando do conto tão antigo quanto o tempo, sobre a harmonia que poderia existir entre fadas e humanos, nestas mesmas terras. Me apressei em pegar o livro que possuía, eu lembrava com perfeição da história tantas vezes contadas a mim, mas não me daria ao luxo de perder qualquer detalhe.

Mostrei o livro a ela, seus dedinhos passeavam de forma curiosa por sobre a capa de couro, era um livro bem detalhado e conservado, sua capa possuía diversos detalhes tanto em prata quanto em ouro e ao seu centro uma borboleta com as assas abertas. Abri na primeira página e observei a caligrafia bem trabalhada, em uma língua nativa e com as cores douradas ali novamente, o nome de seu autor destacando-se a tudo:

Cawbk Jiwqiq

Ela se ajeitou após o meu pedido, arrumei novamente o acolchoando tocando um desenho em específico. Iniciei:

"Era uma vez, uma Tyrwa das almas que morava no meio da floresta. Ela vivia boa parte o seu tempo sozinho, coletando as almas daqueles que morreram e as guiando até onde possam descansar. Seus cabelos eram de um loiro dourado e seus olhos eram azuis, ele sempre andava por aí usando roupas brancas e sem sapatos, suas assas de fada eram muito bonitas, transparentes com um tom azulado e sempre era seguido por diversas borboletas.

Seu nome era Park Jimin.

Jimin existia naquela floresta bem antes de mim e com certeza bem antes de você, ele habitava aqueles campos e arvores a tanto tempo que essa contagem se perdeu no vento, seus dias passavam em um borrão que não o permitiam ver o tempo passar e tudo para ele seguia como um extenso nada. Às vezes se perguntava se valeria a pena ao fim de tudo isso e às vezes se via desejando que tudo acabasse o mais rápido o possível.

Butterfly 🦋 JJK • PKJOnde histórias criam vida. Descubra agora