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A BESTA

Incapaz, indefeso, frágil, fraco.

Aquelas palavras sem sentido ecoava na mente antes vaga do pequeno e delicado ômega, na medida em que sentia vagarosamente a água quente envolver seu corpo magro, contudo repleto de curvas — a pele leitosa já se encontrava úmida e brilhosa quando o ômega gemeu baixinho, sentindo a beta o massagear lentamente, caprichando nos apertos em seu calcanhar — afundou, sentindo a pressão da água sobre seu rosto e suas madeixas louras flutuar, deixando que as glândulas em sua nuca se abrissem, conduzindo seus fluídos corporais encorpar o cômodo todo, o envolvendo todo para si, como forma de relaxamento.

— Majestade? — a voz da Beta já de idade chegou aos tímpanos do imperador, um pouco distorcida, pela profundidade que ele se encontrava.

Voltou a superfície, emergindo feito vitória régia em meio a uma lagoa azul, encantando qualquer um com sua extraordinária beleza.

— Diga, criada — Murmurou, com os lumes ainda fechados sentindo seu aroma que o auto tranquilizava.

Nada foi dito e ele sorriu, afinal já estava exausto de uma conversa que ao menos havia se iniciado. Cresceu com a ideia que criados não falavam nada que valesse a pena ouvir.

— A grande besta — proferiu, começando a falar algo que Jimin realmente estava interessado em ouvir — Já o trouxeram — finalizou, sem muito enrolar, afinal já trabalhava anos no palácio imperial e sabia o que a elite pensava de criados que muito falavam.

— Obrigado pela informação — agradeceu sem expressar emoção alguma em sua face angelical, levantando-se imediatamente, deixando que a água escorresse por seu corpo nú, que mantinha algumas pétalas de rosas vermelhas, grudadas.

Outra beta no cômodo, que antes estava próxima a parede, quase que paralisada — aproximou-se, colocando um robe sob os ombros de seu superior, como se cobrisse um bebê que acabara de adormecer — e assim que se sentiu coberto o jovem mestre saiu de sua casa de banho particular, se dirigindo pelos corredores de seu palácio até ter aquele que desejava em seu campo e visão. — ele estava lá embaixo, preso em uma jaula, sentado como se fosse de fato um animal — o olhar sereno do ômega puro caía sobre aquela besta, de cima da escada, mas não transmitia nada além de soberba.

Jimin desceu lentamente cada degrau, ainda tendo seus mirantes pousados naquele prisioneiro, agora, seu alfa prisioneiro.

— Abram — ordenou, se aproximando da grade de aço, tocando o grande cadeado antes de se afastar.

Mas fora ignorado, seus guardas permaneciam imóveis. Contudo não precisou repetir, logo se aplumaram acatando as ordens do imperador.

Usaram uma grande turquesa para romper o cadeado, como resultado o objeto caiu ao chão ressoando um grande barulho. Mas o alfa não se moveu — a porta rangeu, assustando todos os guardas ali presentes, que tentavam a todo custo não demonstrar seu medo, mas seus aromas os entregavam — porém o improvável aconteceu, Park Jimin adentrou a jaula, segurando um madeixas dos fios longos e negros da enorme criatura ali sentada, como se estivesse fraco demais para erguer sua cabeça e a manter sob seu pescoço.

— MALDITOS — berrou de repente a besta, e todos ao redor se encolheram, em pânico, exceto o pequeno ômega que sequer moveu-se, ainda mantinha a mesma mexa do moreno em sua pequena mão.

Mesmo com o rosto erguido, nada se podia ver, sem ser os olhos arregalados, em coloração escarlate, afinal a cabeleira se encontrava grande demais, cobrindo quase todo o rosto da fera, as madeixas lisas escorridas o deixavam ainda mais misterioso e Park Jimin não excitou em usar seu indicador para retirar parte do cabelo negro do rosto daquele que se encontrava sentado, mas ainda assim era maior que si.

Jungkook antes enraivecido agora tendo sua visão  mais clara, não pode deixar de expressar sua surpresa em relação aquele ser minúsculo, porém tão corajoso, afinal ainda estava ali e o tocando, imerso a todo perigo que  o grande alfa lúpus representava.

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O alfa do imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora