A CAPTURA

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segunda parte

Criado de maneira livre e espontânea o herdeiro Park poderia correr e desbravar até onde o reino deles se finaliza, desde muito jovem a pequena criança caminhava até a beira do lago congelado, sozinho durante o entardecer — muitas das vezes se atrasando para o jantar e daquela vez não fora diferente — se aconchegando em uma grande pedra ali, a criança encarava a floresta misteriosa além de seu alcance, por bons minutos, seu lobo interior parecia gritar para que ele corresse sobre o gelo.

— Mestre! — a voz de um guarda o tirou de seus pensamentos, trazendo sua mente antes hipnotizada de volta a realidade daquela tarde gélida, onde um simples suspiro deixava uma fumaça vagando ao ar.

Se viu sendo colocado sobre o girassol, cavalo exclusivo do herdeiro, sendo puxado até o povoado do reino governado por seu pai — homem que desde já aviso que não tem bom agrado por atrasos, principalmente na hora do jantar — em meio a uma era de fome e pragas, o imperador temia por seu único filho ômega não ser abraçado pelo seu povo.

— Jimin — a voz ecoou pelo saguão assim que desceu do grande animal, com a ajuda do guarda imperial.

Já diante da porta principal do palácio o soberbo SeoKyun trajando um grande manto vermelho de veludo com grandes ombreiras de ouro, caminhou até a pequena criança de madeixas louras, acariciando seus fios de maneira calorosa — para alguém que todos julgavam ser frio e amar apenas a si mesmo — ele o amava.

— Papi, desculpa eu estav — foi interrompido pelo homem lhe dando as costas, precisava ensinar ao ômega bons modos, se portar como um imperador. Visto que tudo seria dificultado apenas por não ser um alfa. — Papi... — murmurou, com os olhinhos brilhando, quase que correndo sob o piso elegante com pinturas artesanais com algumas pedras preciosas.

— Imperador, Jimin — se virou estendendo a mão para que o filho a segura-se e assim foi feito — Já está grandinho, deve cumprir seus horários e me tratar de forma formal —, dizia de modo vivido para que o loiro compreendesse melhor, mas ao olhar para a cria, pode-se notar ele sorrir para uma beta, uma serviçal que cuidou do ômega até seu último aniversário — Não deve se afeiçoar a um servo, deve os tratar com respeito no máximo, mas não deve lhes dar a chance de se afeiçoar a você também — foi rígido e observou o ômega abaixar a cabeça assentindo — Você é um ômega jimin e muitos irão duvidar da sua capacidade quando eu me... — sorriu, tentando não pesar o diálogo.

— Pa-... Imperador... — se corrigiu como súplica, não gostava de ver o mais velho falando sobre o futuro, não via um futuro sem seu papi.

— Ira acontecer um dia, filho. Não em breve eu anseio. Contudo, deve estar preparado, educado, persistente e acima de tudo meu Jimin, deve ser corajoso. — ajoelhou-se acariciando o rosto delicado de seu herdeiro antes de se levantar e se sentar a mesa.

Jimin com a ajuda de um banquinho subiu a sua cadeira, a criança sempre foi desprovida de altura e as cadeira dos soberanos sempre tiveram uma altura escandalosa. A mesa repleta de comida do bom e do melhor trazia uma sensação de lar, mesmo que seu pai se senta-se do outro lado do extenso banquete, jimin sabia que aquela distância não era nada em relação ao amor paternal.

— Seja corajoso Jimin, faça nossa prece de hoje por gentileza. — pediu e jimin acatou.

— Papai do céu, deixe que meu imperador e eu tenhamos uma vida longa e feliz, que consigamos guiar o reino na direção da luz, que tenhamos como deixá-los com o coração em paz e que eu seja o ômega mais forte e corajoso de todos — finalizou, orgulhoso de si mesmo e com um sorriso em seus lábios cheinhos, deixando que seus olhinhos se transformasse em dois disquinhos, adoráveis, julgou o imperador.

Naquela noite o imperador fez questão de o por para dormir, após um banho relaxante. Cobriu o loirinho e depositou um beijo em sua testa, já ia saindo do ambiente quando ouviu a voz sonolenta de Jimin "Papi, me conte a história da besta novamente" pediu, coçando os olhinhos quase fechados.

Park SeoKyun, aconchegou-se à poltrona ao lado da cama  de seu herdeiro, suspirando ao se preparar para contar aquela mesma história pela décima quinta vez:

— Era uma vez...

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