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A CAPTURA

Incapaz, indefeso, frágil, fraco.

Como um furacão o reino de Kermon fordkhe fora virado de cabeça para baixo, assim que o imperador Park faleceu, deixando como herdeiro um ômega, miúdo e de aparência angelical, que muitos tinham em suas memórias o pequeno garotinho correndo pelos muros do palácio quando criança, um criança boba e indefesa que sempre se arranhava facilmente, como uma porcelana delicada.

Os alfas brutos que ainda tinha em suas mentes pequenas que ômegas deveriam ser submissos em todos os aspectos organizaram uma rebelião durante a coroação, não a deixando acontecer, levantando a ira de Jimin e despertando algo horrível no herdeiro.

Ao anoitecer a chuva antes em uma quantidade pequena se tornava mais vasta, fazendo com que todos recolhessem seus animais e cobrisse suas plantações, já o ômega imaturo e mandão organizava uma exploração as terras após o lago congelado, traria aquele alfa lúpus das lendas que sempre ouviria por cantos de seu castelo... e o mataria durante a lua azul, assim teria o respeito de seu povo e traria o livramento daquele bosque demoniaco, pela região.

Em passos leves e ágeis o pequeno ser ainda em luto, limpou algumas lágrimas de seus olhos já inchados pelo choro, correndo pelo corredor da baia onde seu cavalo mais veloz se encontrava. Jimin se viu diante do porte grande do animal de pelagem negra brilhosa, com uma crina extensa e bonita.

Um suspiro escapou dentre seus lábios ao abrir a porta para libertar o animal, ouvindo um ruído da fechadura de aço, se recordaria de ordenar que colocassem óleo ali, em outro momento.

Assim que pousou sua mão na pele quente do cavalo o animal pousou a grande cabeça no ombro do ômega, como em um abraço de saudades. Jimin não o visitava a um longo período de tempo, desde que o rei ficou acamado, em torno de quatro semanas.

- Eu sei, eu sei - deixou mais algumas lágrimas desligarem por sua bochecha rosada pelo frio.

Se afastou de girassol, subindo em um caixote sem se importar em colocar a cela, assim pousando sua nádega nas costas do cavalo. Ajustou a capa negra sobre seus ombros, colocando o capuz logo em seguida, para enfim deslizar seus dedos gorduchos pela crina, incentivando um carinho no bicho.

Cavalgou pelas terras iluminadas apenas pela lua naquela madrugada gélida, por alguns minutos, quase quarenta e cinco em exatidão. Ao chegar ao lago deitou seu corpo sob o de girassol em uma passagem de carinho e incentivo.

O caminho foi difícil e a cada rachadura no gelo o cavalo se inclinava, destemido a atravessar aquele lago com o ômega em segurança. A floresta os acolheu assim que chegaram a margem, nenhuma criatura apareceu e jimin sorriu aliviado ao se ver do outro lado daquele lago tão temido por aquela gentinha.

Nenhum demônio voador, ou alma sequer surgiu em meio a escuridão, só podia se ouvir a respiração do garoto e do cavalo por longos metros.

- Eu não estou com medo - Assegurou, antes de girassol se assustar com algo de repente, empinando, de forma que jimin teve a respiração desregulada e seus braços envoltos ao pescoço longo e grosso do cavalo. Tentando não cair.

Mas fora em vão, o animal foi ao chão primeiro, tendo seu pé preso pelo corpo longo de uma serpente de grande porte de pele vermelha como sangue seco.

Aquela espécie jamais fora vista em todo reino, jimin saberia se sim, afinal era amante de livros sobre tudo que envolvia medicina e animais.

Mesmo com o breu ele pode ver o olhar escarlate do animal que se rastejava envolvendo seu cavalo e aquilo o desesperou, o arrepiou o fez estremecer, mas não deixou a desejar quando o medo se fez presente, se levantou correndo até a cobra, mas tendo sua visão turva logo em seguida, sentindo o baque de um corpo enorme contra o seu, caiu contra o chão duro e uma raiz de árvore, podendo ver A BESTA tão próxima a si, saberia que era o alfa lúpus em qualquer local e circunstância, seu lobo interior uivava e suas glândulas expeliam seu cheiro.

Lutando para não entrar no cio, o loirinho buscou a faca em sua bota, de prata e tão afiada como dentes de um leão. Ainda com o animal sobre si, paralisado, apenas o cheirando, a alcançou... Aproveitando quando seu cavalo relinchou e a fera o olhou, para assim a enfiar na nuca da BESTA o fazendo berrar de dor, saltando de cima do pequeno corpo e arrancando o objeto com brutalidade o arremessando longe, ouvindo a prata bater contra as pedrinhas Jimin arregalou os olhos. Seus poros estavam abertos e seu coração mal se podia conter, as mãos antes macias e delicadas continham um corte causado pela própria faca afiada.

Por um instante seu olhar pairou sobre Girassol que agora se levantava e a serpente que antes o envolvia se encontrava esmagada dentre as mãos do alfa lúpus, jogado com as costas contra um tronco velho e desgastado, tendo seu corpo nu banhado pela cachoeira de sangue que deslizava pela sua nuca, caindo por seu ombro trilhando caminho até as coxas grossas.

Banhado por sangue, daqueles que buscam sua lenda, que tentam o ferir de maneira tão grotesca que Jungkook muitas das vezes prefere evita-los ao travar uma batalha, já ganha. Desta vez fora diferente por algum motivo se rendeu e ficou, se deixando ser amarrado e arrastado pelo herdeiro em seu cavalo, por quilômetros até o reino de Kermon fordkhe.

A lua intensificou seu brilho naquele amanhecer.

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O alfa do imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora