Epílogo

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Point of view —Heyoon Jeong

Não é "felizes para sempre". É muito melhor que isso.

Meu coração acelera quando o piloto informa que em alguns instantes iremos pousar, finalmente depois de setecentos e noventa dias eu estou voltando para San Diego, depois de dois anos e dois meses eu estou voltando para meu marido.

Não foi fácil ficar longe de casa, longe dos meus pais e principalmente ficar longe de Josh, mas quando ganhei a bolsa e Josh me disse que eu deveria ir, enfim entendi que para fazer alguém feliz ou realizado antes sou eu que devo estar, eu não posso dar o que eu não tenho e foi por isso que com muita dor no peito eu segui sem olhar para trás. 

Josh e eu conversamos todos os dias sem exceção, não teve um dia sequer nesses setecentos e noventa dias que estivemos longe um do outro que não mandamos mensagem ou conversamos por facetime mesmo que por vezes a diferença do fuso horário fosse gritante. Josjlh também cumpriu o que disse: indo até onde eu estava nos feriados ou em suas férias do serviço, ele sempre me encontrava.

Não importava se eu estava na Turquia, Brasil ou Japão e muito menos  preocupava-se com o fato que o feriado poderia não coincidir com o país que eu estava em determinada data, ele sempre vinha até mim e agora eu volto para ele.

Quando o avião aterrissa coloco em minha cabeça o toque Blanche — conhecido mais popularmente como chapéu de cozinheiro — e espero com muita ansiedade algumas pessoas descer para que eu faça o mesmo.

Suspiro fundo quando me ponho de pé com a saudade já ardendo em meu peito, estamos a quase quatrocentos dias sem nos ver pessoalmente, desço quase correndo as escadas do avião e meu coração acelera conforme ando a passos rápidos até o portão de desembarque, um suspiro sai de meus lábios quando ao longe reconheço a cabeleira loira e as tatuagens que fez recentemente e que fecham seus braços, Josh está na área de fumantes e seus olhos vagueiam por todo aeroporto a minha procura.

Deixo para pegar minhas malas depois pois a saudade que tenho dele é absurda, começo a correr por todo aeroporto até alcançá-lo sem me importar com quem eu posso incomodar ou atrair alguns olhares, o barulho do meu salto bate contra o chão laminado e mesmo correndo o risco de cair ou torcer o pé, eu não cesso a pequena corrida.

Finalmente meu caipira me vê e não se importa com o aviso por todo aeroporto ele joga o cigarro no chão pisando em cima do mesmo vindo de encontro a mim.

Quando meu corpo se encontra ao seu abraço forte e possessivo não falo nada apenas beijo sua boca e quase gemo em alegria ao sentir o gosto típico do cigarro, até disso eu senti falta.

Josh me aperta em seu corpo forte e malhado me beijando ardentemente e com desejo não nos importamos com ninguém, eles que lutem se estiverem incomodados com nosso beijo.
 
Sua língua entra em minha boca sem pedir permissão e eu aceito de bom grado mordiscando a mesma ouvindo ele gemer baixinho satisfeito com minha atitude, sua mão vai até minha nuca puxando alguns fios que soltou do coque que fiz dentro do avião.

Não consigo beijá-lo mais pois infelizmente tenho que respirar  e por isso me separo de seus lábios mas não de seu corpo.

— Como senti sua falta, bonequinha de plástico, porra, nunca mais te deixo partir, pelo menos não sem mim.—sorrio, não me importo por ele ter sido possessivo, pois eu também não o deixo mais. — Quando formos só nós dois na nossa casa eu vou te foder tanto que os vizinhos terão que se mudar.— gargalho me apertando ainda mais ao seu corpo.

— Também senti muita sua falta, caipira.

O abraço mais um pouco e o silêncio é aconchegante, somos assim, não precisamos de palavras para demonstrar o quanto somos apaixonados um pelo outro. 

180 days [Concluída✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora