bloody red

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Quando mais nova, eu amava ler

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Quando mais nova, eu amava ler. Amava ler livros de ficção. O motivo era simples: por que mesmo que a maioria dos personagens acabasse se fodendo, no final, a maioria teria seu "felizes para sempre". Esse é o clichê dos livros de fantasias. Sei que nem todos são assim, mas os que me chamavam atenção, sempre eram. Devia ser porque eu sonhava com isso. Sonhava com meu final feliz, pelo meu principe encantado (ou a minha princesa encantada, tanto faz. Não dou a minima pra isso). De qualquer forma, hoje eu não leio mais, porque sei que isso nunca vai acontecer. Eu nunca vou ter um final feliz.

Isso é um mundo real, em que pessoas morrem todos os dias. Mulheres são assassinadas apenas por serem mulheres; pessoas são pressionadas pela sociedade a ponto de tirarem suas vidas por não se encaixarem no padrão, ou por acharem que a vida não tem sentido. Vivemos em um mundo em que quando se é estuprado, tentam justificar a atitude do abusador perguntando que roupa a vitima vestia. Vivemos em mundo em que pessoas morrem apenas por não serem da etnia branca.

Esse é só um pequeno exemplo do que o mundo real tem a nos oferecer.

Com tanta coisa ruim, é muito difícil olhar para as coisas boas. Eu mesma não consigo.

Abandonada pela mãe, abusada pelo padrasto, pai desconhecido, irmão morto (provavelmente assassinado). Como vou conseguir notar algo bom nesse mundo?

Essa overdose veio de uma recaída. Duas semanas sem usar nada. Tem noção do quanto isso é tempo pra caralho para uma pessoa que se drogava todo dia e praticamente toda hora?

Naquelas duas semanas, minhas aulas da faculdade começaram, e eu decidi dividir dormitório com alguém. Assim eu escaparia das garras de Russell. Ou pelo menos eu achei que fosse.

Meu padrasto é o delegado da cidade, e tem um grande nome de peso por aqui, obviamente.

Charles Russell Herondale, anote esse nome.

Herondale é o sobrenome do meu pai, pelo o que Jake me contou uma vez. Cassandra decidiu usar esse sobrenome para aparentemente esconder sua antiga identidade. Ao que tudo indica, meus pais nunca foram casados. Acho que não era tão possível. Até onde sei, os dois não tinham onde cair mortos. Ela tinha vinte, ele tinha dezessete.

Eu não culpo meu pai por ter me abandonado, acho que deposito um pouco de esperança por ele ser novo e inconsequente. Não faço ideia de como ele é, ou quem é, mas espero que seja alguém bom. Sempre tive a esperança de que ele me salvaria disso, no entanto isso não aconteceu.

Meu irmão era filho de Charles e Cassandra, no entanto ele nunca gostou de algum dos dois. Ele não gostava de ninguém.

Ele só gostava de mim.

Eu sinto sua falta todos os dias e eu espero que ele me perdoe por tudo que causei a ele..

Quase me esqueço do meu foco agora.

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⏰ Última atualização: Apr 29, 2023 ⏰

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