Parte 5 - O último final

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Sanji

Acho que a primeira vez que a ideia de dar pro Zoro passou pela minha cabeça foi quando vi o pau dele pela segunda vez.

Quando tive que estender a abertura da mandíbula pra colocá-lo direito na boca. Quando eu lambi a veia saltada.

Começo a desabotoar a camisa, sentindo calor de repente.

— Me come — solicito, interrompendo a leitura dele — Por que você continua lendo a bíblia mesmo depois de deixar de ser padre?

— O que foi que você disse?

— Perguntei por que você continua lendo-

— Não, não isso. Antes.

— Pedi pra você me comer — repito, com falsa calma.

Finjo que não é nada importante, como se não fosse ligar pra um não. Como se não estivesse queimando de ansiedade pra que ele aceite logo.

— Eu não posso-

— Zoro — exclamo, interrompendo-o — A gente tá em uma situação meio injusta por aqui — ele franze o cenho, confuso — Porque eu já te dei dois clímaxes, e você não me deu nenhumzinho.

— É que-

— Então, esse seria o jeito perfeito de você fazer isso. Se precisar, eu posso encantar você. Se achar que não tem excitação o suficiente disponível.

— Não é esse o problema.

— E qual é? Eu já te mostrei que é possível. Já te dei uma palinha de como vai ser. Não pode fazer isso por mim?

Suas narinas dilatam quando ele respira fundo, me olhando nos olhos quando fico de quatro na cama, olhando pra ele como um predador encara a próxima refeição.

— Por favor, me come — peço, rastejando até ele — posso implorar de joelhos se você quiser.

Zoro vira a cabeça, tentando não olhar pra mim.

— Olha pra mim, Zoro. Olha.

Não estou usando um encanto, ou alguma fantasia, sequer estou completamente nu.

Mas o jeito que ele me olha, o jeito que vira os olhos suavemente pra mim, e os move devagar, como se tocasse cada centímetro do meu corpo, como se cada um desses centímetros fosse fascinante, maravilhoso e provocante... é esse jeito que me faz arrepiar.

Zoro me olha como se eu fosse pura e simplesmente um delírio da cabeça dele.

— Vamos. Transa comigo, sim?

O lábio inferior dele estremece, ele coloca a bíblia na gaveta, fechando-a com uma batida.

— Você vai gostar se eu aceitar? Vai se sentir como eu me senti se eu fizer isso?

— Posso acabar me sentindo até melhor.

Pela primeira vez em minha memória é Zoro que se aproxima de mim, segurando meu rosto antes de me beijar. É tão surpreendente que tenho que prender o rompante do encanto que tenta escapar de mim, travando o fôlego na garganta.

— Zoro, eu tô sem paciência hoje — murmuro, antes de empurrá-lo de leve, subindo logo no colo dele.

Arrebento três botões ao começar a arrancar a roupa dele, beijando-o mais rápido, com mais intensidade, saboreando o gosto doce da boca dele.

Zoro me agarra pela cintura, me puxando pra perto dele com força.

— Agora você já sabe porque faz isso, né?

Em Nome do Pa*Onde histórias criam vida. Descubra agora