De novo

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Estou deitado, meu corpo dói, sinto algo quente e molhado debaixo de mim. Do meu lado vejo o papai dormindo.

Sinto medo. O papai me machucou muito, de novo. Da primeira vez achei que era algum tipo de castigo, que eu tinha feito algo errado. Mas o papai fez de novo algumas semana depois. E de novo, e de novo e de novo...

*Atualmente*

Sr. Lopes? Sr. Lopes?!

Oi Cláudia. Em que possa ajudar?

Olho para a minha secretária sorridente e retribuo o sorriso.

Preciso da sua assinatura para a transferência.

Quando será feita?

Dia 15 deste mês.

Ótimo. Vou aproveitar e tirar o dia de folga.

Faz bem. O senhor realmente precisa descansar.

Irei descansar sim.

Assino os papéis e ela sai da minha sala. Finalmente um dia de transferência. Nesses dias a administração fica tranquila, enquanto a contabilidade fica uma louca. E nesses dias sempre sou o mais xingado por todos.

Eles me odeiam, mas é preciso. A cada três meses é necessário transferir as cédulas e moedas para o banco central. Eu não criei as regras. Não as daqui.

Saio do banco e vou até a cafeteira do outro lado da rua. Um policial que sempre está aqui , puxa assunto.

Antônio! Café com leite de novo?

Sempre que posso, policial Sandro.

Você soube?

Do quê?

Mataram uma mulher, igualzinho aquele caso de três meses atrás. Estão dizendo que é uma imitação mal feita.

Será?

Bebo um pouco do café enquanto o Sandro não para de falar.

Espero que peguem logo esse louco. Tenho que ir. Até amanhã policial Sandro.

Se cuide Antônio.

Atravesso a rua pensando. Um imitador? Por que motivo imitariam um assassinato?

As Memórias De Um Serial KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora