A descoberta

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A casa sempre foi impressionantemente bem decorada, como Tony o pai de Lia era decorador, tudo era impecável.

A sala era espaçosa, com um sofá quadrado cinza, aqueles modelos modernos com várias almofadas coloridas, ao lado uma grande luminária de metal, uma mesinha de centro em estilo industrial servia para empilhar grossos exemplares de livros de arquitetura e decoração, as paredes em um cinza clarinho tinha varios módulos em forma de estante branco, aonde tinha revistas, livros, miniaturas, quadros e fotos, numa organização perfeita. A luz natural vinha do jardim de inverno, que tinha varias espécies de plantas, verdadeiras sobreviventes pois Carmen mãe de Lia detesta plantas. Junto a televisão estava um bilhete de Hellen a empregada.

"Lia já terminei tudo por hoje, seus pais ligaram só chegam para o jantar. Beijos. Ps. Deixei docinhos na geladeira. "

Na parede junto a escada havia várias fotos de lugares onde, nenhum deles jamais esteve. A escada imponente levava ao segundo andar, o quarto de Lia era o segundo á esquerda, e ao me aproximar a enorme surpresa.

Roupas pelo chão a porta aberta, e apesar de eu não saber sobre nenhum namorado de Lia o que eu vi era inegável. Ela estava nua sentada em cima de um garoto. Iamos rir muito quando eu contasse que tinha visto.

Mas aquele garoto.

Jerry.

Meu namorado!

Eu não podia acreditar, eles nem se quer perceberam que eu estava lá.

- Jerry! - gritei tão alto quanto pude.

-Sam? - disse Lia com uma cara de pânico, puxando os lençóis para cima de si.

-Samantha não é ...

-Não é o que parece? - disse com irônia.

-Nós não estavamos, Sam. - Lia se cobria e Jerry vestia as calças.

Como eles podiam tentar negar?

-Não estavamos o que Lia? - eu sempre achei que há conhecia, e se conhece-se saberia que ela queria sumir - Transando?

-Eu sei que parece ruim. - Jerry falava alisando os cabelos louros compulsivamente - Mas só foi um erro.

-Erro? - gritou Lia - Erro Jerry?

Lia realmente estava nervosa, a vontade de sumir, tinha dado lugar à vontade de matar, e matar o Jerry.

-Quieta Lia! - Jerry disse em um grito gutural - Você sabe que não foi certo, e sabe também que eu amo a Sam.

-Ama Jerry?! - não podia acreditar no quão sínico ele era.

-Ama a Sam? - Lia gargalhou - Então porque você vem transando comigo, há três meses?

-Três meses? - tudo era pior do que parecia.

-Sam eu posso explicar!

E eu queria saber.

-Há um tempo eu venho querendo ter mais com você ... - ele parecia escolher as palavras - só que você nunca queria, eu fiquei bravo por isso, então a Lia foi virando minha amiga, viramos confidentes...

Ele parou subitamente, provavelmente percebeu que isso não me convenceria.

-Nós prometemos que não aconteceria de novo, mas desde que sua tia morreu, ficamos próximos de novo...

Ele não se atreveu em terminar.

Não lembro exatamente o que aconteceu depois, mas Jerry estava no chão, havia um vaso quebrado, minha mão doía e tinha sangue nela, Lia gritava e então fui embora.

A menina da touca pretaOnde histórias criam vida. Descubra agora