O começo

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Tenho quinze anos, me chamo Samantha Couster, tenho uma estátura média, branca, cabelos com reflexos avermelhados em meio a desordem de cabelos longos castanhos claro, olhos de cores diferente um azul e um castanho.
Heterocromia (ou heterocromia ocular) é uma anomalia genética na qual o indivíduo possui um olho de cada cor. Isso se deve a uma alteração no gene EYCL3 no cromossomo 15, que indica a quantidade de melanina que o olho apresentará - muita melanina gera a cor marrom, pouca a azul. Já o gene EYCL1, que indica a quantidade de pigmentos de gordura, é responsável pela nuance de tom, azul ou verde.
Apesar de não haver tratamento específico para a anomalia, pode-se usar lentes de contato para igualar as cores.
 Tim McIlrath, vocalista e guitarrista da banda Rise Against possui um olho de cada cor assim como a atriz portuguesa Daniela Ruah, Kensy Blye em NCIS: Los Angeles. A atriz Kate Bosworth também é um exemplo de pessoa com heterocromia, assim como Ailyn, vocalista espanhola da banda norueguesa de metal sinfônico Sirenia.
E á alguns meses venho acabando gradativamente com minha vida.
Tudo começou com a morte da minha tia Becky.
Me lembro de acordar na madrugada de uma segunda-feira com as sirenes da polícia, desci correndo as escadas, então me deparei com minha mãe chorando e meu pai a consolando.
" - Sua tia sofreu um acidente Samantha."
Essa frase mudou tudo.
Não que eu desejasse a dor da perda à quem quer que fosse, mas porque Becky?
"Ela sempre foi a minha pessoa favorita no mundo."
Ela me ensinou sobre arte, dança e música. Nunca tinha me deparado com perdas, e cabe me dizer que eu não reagi muito bem.
Chorei alguns dias, quis que tudo não passasse de um sonho ruim.
Mas eu ainda tinha minha grande amiga Lia, e meu namorado Jerry.
Eles me ajudaram, fizeram com que tudo não fosse tão ruim.
O funeral de Becky foi triste, aquela cadeira dura e desconfortável, que só refletia meu estado de espírito. O acidente foi tão grave que o caixão teve que ser lacrado. Havia uma linda foto da minha tia, todos seus amigos do teatro, meus avós, meus pais, meu tio Tom, eu e alguns desconhecidos estavam lá. Era tudo tão doloroso, chorei muito e meu vestido preto ficou encharcado. Lia me consolou quando cheguei em casa e por um breve minuto me senti feliz por ter uma ótima amiga.
Porém duas semanas depois do enterro de Becky, 15 dias apenas depois de eu chorar quase um oceano pacífico inteiro eu me deparei com algo ainda pior.
Meu estado atual foi constituído através de toda dor e decepção que me aconteceu recentemente.
Jerry era um bom namorado, apesar de viver me pressionando para  eu me entregar a ele, como dizia "É isso que as namoradas que realmente gostam dos seus namorados fazem".
Apesar da insistência e da tentação das carícias excitantes, eu resisti.
Então em um dia nublado, que jurei não por os pés fora da soleira do meu quarto, decidi ir até a casa da Lia.
Como grandes amigas que sempre fomos os telefonemas avisando que iríamos a casa uma da outra, eram desnecessários.
Desde a minha infância eu percorria o mesmo caminho, a ruazinha das casas antigas onde havia pequenos jardins na frente de quase todas as varandas, ali moravam senhores e senhorinhas de idade avançada que adoravam falar dos velhos tempos e tomar inúmeras xícaras de chá.
Chegando na casa de Lia a porta estava trancada, mas a chave extra sempre ficava no vaso das orquídeas, pendurada a cima da porta.

A menina da touca pretaOnde histórias criam vida. Descubra agora