Capítulo 3

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Renata

Uma silhueta masculina, aparece diante de mim, ao tentar ver aquela homem alto de cabelos negros, uma luz forte invade o ambiente que antes estava tomado pela escuridão. Abro meus olhos para constatar o óbvio  tinha sido só um sonho, as pancadas que eu escutava ao fundo no sonho, era alguém batendo com fúria na minha porta.

Abafei um grito de frustração no meu travesseiro, eram seis horas da manhã — Quem bate na porta de uma cidadã as seis da manhã— me perguntei resmungando. Logo lembrei que poderia ser o Seu Expedito, o dono do prédio onde moro a dois anos, após mudar para a pequena cidade de Juazeiro do Norte.

Uma cidade metropolitana em constante desenvolvimento, religiosa até as pontas dos pés do padre Cícero, o padroeiro da cidade. O seu Expedito me acolheu no momento que mais precisei, mais eu estava abusando.  Não podia abrir a porta e lhe dizer que eu não tinha o dinheiro naquele mês. Eu sabia que ele ia entender e esperar até o próximo mês se eu me comprometesse a pagar os dois meses de aluguel em atraso, mas a esposa dele a Dona Marta é uma senhora de sessenta anos, cheia de vigor e de ciúmes.

Aguardo ele parar de bater na porta, para poder me arrumar, e finalmente ir ao primeiro dia do meu trabalho, na AnglosTur. Após fazer minha higiene e tomar um bom café preparado por mim, as pressas, vesti-me com as roupas elegantes que me deixava parecendo uma executiva. Peguei minha bolsa coloquei uns acessórios simples, usei meu perfume de costume que estava no fim, e sai de fininho do apartamento tentando evitar o seu Expedito, e principalmente sua esposa se estivesse com ele.

Com tantas formas atuais de fazer pagamentos, eles ainda preferem a boa e simples cobrança, ao pé da letra. Vou até o ponto de ônibus mais próximo, um quarteirão acima do meu apartamento, atravessando a praça da Bíblia, para esperar o primeiro ônibus que desce para o centro de Juazeiro.

Trinta minutos mais tarde ele para no ponto em que eu o aguardava, e já estava cheio, mais trinta minutos depois, desço a alguns metros, do meu novo local de trabalho, a manhã fria de sol tímido, fez eu me sentir bem para  colocar um blazer, para compor meu look, de iniciante.

Me apresento para o meu primeiro dia.

— Bem Vinda a equipe Senhorita Renata. — Um belo rapaz me comprimenta e da início ao meu treinamento.

— Meu nome é Marcos. — ele se apresenta e continua.

— Renata esse é o espaço onde vai trabalhar, essas são: Camila, Joice, e Franciele. — ele continua— Camila é a nossa gerente operacional, ela cuida das contas e da criação de novos pacotes de viagens, e folhetos de vendas, e tem contato direto com os nossos fornecedores. A Joice é a nossa executiva de vendas, ela que faz a magia acontecer, mais conhecida como relações públicas, e a Franciele cuida do financeiro da nossa empresa. Eu sou o Gerente administrativo. Seu trabalho vai começar aqui, no escritório, depois do período de testes aí sim, você irá a campo. Dúvidas?

— Quem vai me acompanhar no treinamento? — pergunto enquanto aperto a mão das meninas, recebendo as boas vindas.

— Eu irei instrui-la, porém hoje a Franciele vai te acompanhar, eu tenho uma reunião, agora mesmo. — ele sai às pressas me deixando boiando na frente delas.

— Seja bem vinda Renata. — Franciele fala.

— Obrigada! Estou um pouco ansiosa. — respondo acompanhando ela pelos corredores. Era um lugar bem iluminado, a sala da qual saímos era onde ficava a maioria das pessoas, cada uma com suas mesas em forma de meia lua, e seus computadores, seguimos pelo corredor e entramos em outra sala pequena com muitos papéis escritos como rasbiscos de projetos inacabados.

—  O trabalho aqui é bem fácil. Os funcionários são tranquilos. Ultimamente não está muito corrido. Você vai só observar hoje. Vou providenciar uma mesa para você. — ela fala enquanto meche em caixas procurando por algo.

— Faz tempo que você trabalha aqui? — eu pergunto enquanto seguro algumas pastas que ela me entrega, todas compostas por folhas e rabiscos.

— Faz um tempinho. — ela da de ombros. Recolhe tudo e saímos do pequeno cômodo.

Seguimos de volta a sala dos funcionários, ao voltar noto que mais adiante da sala, tem um pequeno café, onde estava um pequeno grupo reunido, eles conversavam alegremente.

— Gostou? É o lugar da distração, tem café, rosquinhas, chás. Da fazer um belo lanche. Comeu algo antes de vir?

— Não, só tomei um café.

— O Theo faz um café cremoso incrível, você precisa provar.

— Obrigada, depois eu passo. Lá.

— Venha está será sua mesa. — ela indica uma mesa de cor lilás composta por computador, um telefone fixo, e pequenas gavetas.

Sentei na cadeira de escritório confortalvelmente. E observei meu pequeno local de trabalho. Ela me entregou uma lista com os anos de vôos para o exterior, composta por vagas e valores individuais, duplos, uma infinidade de pacotes e preços.

— Para viagens terrestre, você transfere para a linha três. — Franciele explica.

— Qual vai ser minha função? Pelo que entendi, o quadro de funcionários está completo. — perguntei enquanto sentava a minha mesa.

— Por enquanto, você irá atender as ligações dos clientes que desejar fazer excursão fora do país. Nesse fixo você irá receber muitas chamadas para recados, anote tudo e transfira para a diretoria. Ou para o Pedro. Ele é assistente do chefe. — Ela conclui.

— Ok.

— Qualquer dúvida, é só ir a minha mesa.

Ela me deixa sozinha no meu pequeno cômodo, em cima da mesa próximo ao computador, avisto um porta retrato vazio. Imagino logo a foto dos meus pais ali. Guardo essa memória para o dia seguinte. E fico lá sentada aguardando ligações.

Minutos depois o telefone toca, eu me sinto ansiosa não sei o que falar, me preparo nervosamente com as listas nas mãos e atendo o fixo.

— AnglosTur, Bom dia, aqui é a Renata Gusmão, como posso ajudar? — as palavras saem, eu olho para Franciele e ela na dá um legal, enquanto fala só telefone em sua mesa.

O positivo dele me dá ânimo para continuar. Uma voz feminina fala do outro lado da linha.

— Bom dia, Avise para o Celso, que teremos um almoço beneficente hoje. Anote o endereço e entregue a ele junto com o horário. — ela me passa as informações e logo desliga.

Eu saiu do meu posto e pergunto a Franciele, ela ainda estava no telefone. Mostro o papel com as informações e o nome do remetente. Ela responde.

— Siga no corredor a última sala com portas fumê, é lá. — ela fala enquanto abafa o áudio durante a ligação e volta para o telefone.

Sigo exatamente como ela me ensinou, sou duas batidas na porta e abro entrando na sala. Uma luz branca invade minha visão, enquanto observo um homem de terno azul de costas para mim, observando o tráfego.

— Bom dia! — anúncio e ele se vira, para me olhar nos olhos. —
Isso não é possível. — O cara do elevador. — Pensei.

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⏰ Última atualização: Sep 13, 2022 ⏰

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