Capítulo 2

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No dia seguinte ao incidente em que o anjinho se machucou, o demônio voltou a aquela mesma floresta sabendo que logo mais o anjinho estaria ali para fazer sua caminhada. Por isso, ele se sentou em tronco de árvore caído e esperou que o anjinho aparecesse.

Mas, dessa vez, ele não apareceu como de costume.

O demoniozinho franziu o cenho descontente. Ele se levantou do tronco e caminhou até a casa do anjinho, que ficava localizada no centro da floresta.

Assim que ele viu a casinha bonita em sua frente, ele acelerou os passos e em poucos minutos ele estava em frente a porta da casa do anjinho. O demoniozinho levantou a mão, batendo na porta e esperou o anjinho vir atente-lo.

Ele esperou alguns minutos, mas nada do anjinho aparecer. O demoniozinho segurou na maçaneta e a girou, vendo que a porta estava aperta.

Estranho. O anjinho nunca deixa a porta aberta. - Pensou o demoniozinho, entrando dentro da casa.

Ele olhou ao redor, vendo que não havia nada fora do lugar. Ele sentiu o cheiro e franziu os lábios, desgosto com o cheiro que sentiu.

Seu anjinho tinha cheiro de amoras, um doce e suave que o demoniozinho gosta bastante.

Mas o cheiro que ele sentia ali, não era de amoras. E sim, flores.

Um cheiro bem enjoativo, em sua opinião.

Ele andou até as escadas, indo ver se o anjinho não estava no andar de cima. Assim que chegou, ele sentiu o cheiro de flores mais forte e fechou as mãos em punho não gostando nadinha disso.

O demoniozinho andou até o quarto do anjinho, sentindo o cheirinho de amora ali, junto a aquele cheiro ruim.

Sem ligar para mais nada, ele abriu a porta do quarto, assustando as duas pessoas ali dentro. Assim que abriu a porta, ele viu o anjinho dele sentado na cama, abraçado a uma pelúcia.

A pessoa desconhecida estava em pé ao lado da cama, segurando uma bandeja de comida que quase teria ido ao chão se a pessoa não tivesse firmado suas mãos.

- Jun? - Sussurrou o anjinho confuso ao ver o demoniozinho ali.

- Eu esperei por você, mas você não apareceu. - Falou o demoniozinho, entrando no quarto indo para perto do anjinho. - O que aconteceu?

- Me esperando? - Falou o anjinho chocado, abraçando a pelúcia com mais força. Ele olhou para o demoniozinho que o olhava preocupado e talvez um pouco irritado, mesmo que ele não soubesse o motivo da irritação, o anjinho estava feliz por ele estar ali. - Eu me senti mal de manhã e não quis sair.

- Você está bem? O que você tem? Me de sua mão! - Falou o demoniozinho agitado, pegando a mãozinha do anjinho com cuidado, sentindo a aura do anjinho.

- Eu tô bem agora, Jun. Não precisa se preocupar! - Falou o anjinho, suas bochechas ficando vermelhas ao se lembrar que ambos não estavam sozinhos.

Ele olhou para o lado, vendo seu amigo olhando para eles com os olhos arregalados e a boca aberta, como se não acreditasse no que seus olhos estavam vendo.

- Você tem certeza que está bem? Você já comeu? - Perguntou o demoniozinho olhando para o anjinho preocupado, segurando o rostinho gorducho com as mãos, dando uma olhadinha no anjinho.

- Eu estava prestes a dar a comida dele quando você chegou, senhor demônio. - Falou o outro anjinho de cabelos azul com deboche, olhando para o demoniozinho com um olhar repreendedor.

Ao se lembrar que havia mais uma pessoa no cômodo, o demoniozinho olhou para outra pessoa com desconfiança não saindo de perto do anjinho.

O demoniozinho se sentou ao lado do anjinho, dando espaço para que o outro se aproximasse, mas estava sempre atendo a cada movimento do outro.

Anjinho e DemoniozinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora