I

637 54 42
                                    

Esta é minha primeira vez escrevendo algo dentro do omegaverse e, honestamente, espero que gostem hihi

A história só terá dois capítulos (talvez três) e pretendo trazer o próximo na semana que vem


────────╮◎╭────────


Desde que o mundo é mundo, alfas, ômegas e betas coexistem.

Não houve nenhum choque quando o teste denunciou meu terceiro gênero como sendo alfa de classe dominante. Naturalmente jogado para o topo da sociedade, assim como a maioria esmagadora das ramificações da família Gojo, era o esperado no fim das contas.

Cresci ouvindo muita baboseira sobre a supremacia alfa e todas essas merdas, mas pelo menos, eu era exemplar e eles me bajulavam até faltar saliva para falar. Graças a deus isso mudou quando descobri ser estéril. Isso na vida de qualquer um seria uma gigantesca merda, só que para mim foi mais como um tipo de libertação divina porque os Gojo, finalmente, deixaram de me encher o saco.

E isso pois eu não poderia levar a polida e extraordinária linhagem deles à diante. Oportunistas malditos.

Depois que saí de casa ainda tiveram a audácia de me oferecer um cargo como diretor executivo na menor das filiais da família puramente pelo sangue azul, mas diferente da maioria deles, conquistei minhas capacidades com muito esforço e suor, é meu próprio mérito e não o amado nepotismo deles. Recusei, é claro.

Um odioso tapa na nuca me faz deixar de lado todo o pensamento irritante. Atraindo minha atenção para o cara ao meu lado no bar, um garoto alto vestindo uma longa camiseta branca que contrasta perfeitamente com a calça camuflada e o par de tênis escuros. Seu sorriso de canto me arranca uma risada breve.

— O que está fazendo aqui de novo? — Pergunto, o observando fazer seu pedido com um gesto.

— A mesma coisa que todos aqui.

— Não é muito novo pra estar num lugar desses, Megumi? — Arqueio a sobrancelha.

— Que besteira, Gojo, já tenho vinte e cinco. Se esqueceu?

— Não me chame assim. — Faço uma careta olhando na direção dele. Detesto quando me chamam pelo sobrenome, mas Megumi sempre parece fazer isso de propósito. Ele dá de ombros. — Tem muitos ômegas por aqui hoje.

— E alguém não está partindo para o ataque. — Ele observa. — Continua com essa loucura de alfas e betas? Isso nem é natural.

— Você não entenderia, é só um ômegazinho qualquer. — Caçoo e Megumi me acerta um soco no ombro, rindo de lado como sempre faz.

— Mais respeito, eu sou dominante. Posso te matar asfixiado se quiser. — O Fushiguro pontua, pedindo outra bebida. — Pare de lutar contra a correnteza e vá atrás deles, senhor galã.

— Não, obrigado, vou deixar para o cara do meu lado. — Pisco na direção dele, que revira os olhos.

— O que eu faria com outro ômega? Batida de bunda? — Bufa, encerrando o assunto.

A verdade é que eu aprendi a ter nojo da natureza dos alfas. Depois de abrir os olhos para as atrocidades sofridas pelos ômegas por puro capricho de nós, monstros libidinosos, não existe forma de fechá-los de novo. Eu, simplesmente, odeio a forma como perdemos a cabeça com eles e odeio mais ainda o fardo histórico sobre os nossos ombros. Com o tempo, consequentemente, os feromônios ômegas deixaram de me atrair e agora são como um perfume fraco ou um resíduo carregado pelo vento.

Consuma-meOnde histórias criam vida. Descubra agora