Minha garota é o cara.

✮ Capítulo cinco: Academia Spencer ✮

          Em algum lugar do condado de Ipswich, quatro jovens se preparavam para sair do dormitório e enfrentar a chuva que caía naquele dia cinzento, haviam sido solicitadas a se dirigir ao gabinete do reitor da academia, uma vez que faziam parte do conselho de alunos, não era surpresa serem chamada para o pequeno prédio de tijolos vermelhos que abrigava a enfermaria, a direção e a sala de arquivos da academia.

Assim que as jovens se sentaram em um sofá na sala pequena demais que cheirava a café e cigarros, uma outra jovem que parecia muito chateada foi arrastada para dentro por uma mulher magra com cabelos ruivos.

― Boa noite, Senhorita Hastings, sou O Reitor Higgins seja bem vinda a Academia Spencer ― O velho falou estendendo a mão.

A menina olhou em volta como se procurasse uma rota de fuga e não encontrando nenhuma, acabou por apertar a mão fria e enrugada do reitor.

― Tomei a liberdade de chamar a senhorita Tunney pra mostrar-lhe a escola e deixá-la a par de todas as regras e atividades oferecidas aos alunos, tenho certeza de que serão grandes amigas ― Ele disse fazendo um gesto para Kate, que se aproximou devagar da menina.

― Bom, sou Kate Tunney e, parece que vou ser sua guia e colega de quarto... Se puder me acompanhar, eu posso ajudar você com as suas malas? ―

― É, pode ser, tanto faz ― Viola disse seguindo a garota para fora do escritório sem se despedir da própria mãe, estava chateada demais.

As garotas seguiram pelo grande campus até chegarem ao dormitório feminino no lado sul do campus.

― Essa é a primeira vez que você estuda em regime de internato?

― Não, eu era da Academia Cornwall e me transferi para a Illyria e... Bom... É complicado.

― Três escolas em um semestre, você deve ter ótimas histórias para contar ― Kate disse abrindo a porta do dormitório com certa dificuldade ― Aqui chove muito e esses prédios devem ter uns... 200 anos, às vezes as portas emperram ― Explicou sem graça.

Viola apenas assentiu.

Viola tinha uma sensação muito estranha sobre aquela escola escondida em meio a uma floresta e constantes nuvens cinzentas chuvosas.

Quando ela finalmente terminou de se instalar começou a juntar seus pertences para ir tomar banho, os chuveiros ficavam no fim do corredor a direita, Kate a instruiu.

   Viola seguiu pelo corredor escuro, era estranho as luzes dos corredores não se acenderem automaticamente como em Illyria, mas também, pensou a jovem, esse lugar deve ter uns 1000 anos, é como estudar em Hogwarts, se eu der sorte algum cão gigante vai acabar com meu sofrimento, pensou ao chegar no banheiro onde as luzes também não ligavam automaticamente.

Deixou suas coisas sobre um banco de madeira no meio do corredor e seguiu para o último chuveiro no canto, estava exausta e sem celular para se comunicar com qualquer pessoa, talvez a colega de quarto a emprestasse e ela poderia falar com Kia e Yvonne, Ou Sebastian... Sabia que nunca mais conseguiria olhar Olívia nos olhos.

Uma das lâmpadas que já faziam um péssimo trabalho iluminando o vestiário grande demais estourou como se tivesse superaquecido, Viola quase morreu de susto, mas se enrolou em sua toalha assim que terminou de tomar banho e foi pegar suas roupas.

      Ela estranhou porque a lâmpada estava inteiramente estilhaçada como se tivesse sido retirada e jogada contra o chão, quando Viola se abaixou para pegar a parte de metal da lâmpada caída a seus pés, sentiu um vento passar por seus ombros e então uma mão tocando seu ombro.

Seu grito se espalhou pelo banheiro e a outra garota parecia se divertir com sua reação.

― Oh meu Deus.