𝟖 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐨 - 𝐁𝐨𝐧𝐭𝐞𝐧! 𝐒𝐚𝐧𝐳𝐮 𝐇𝐚𝐫𝐮𝐜𝐡𝐢𝐲𝐨

Te amo.

Aviso: Se você tiver problemas com abandono materno pode te dar gatilho.

Leitor gn!

Boa leitura.

"Você me odiaria por não ter lhe contado antes?"

Escutando o barulho do sino, as crianças guardam seus materiais escolares em suas mochilas, e arrumam as cadeiras em que sentam.
Mas antes de sair, precisam limpar e arrumar as coisas, para manter a sala organizada.

A professora, com cabelos grisalhos e rugas em seu rosto, pede aos alunos que apaguem o quadro.
Você, conversando com seus amiguinhos, se oferece para apagar o quadro escrito com caneta azul.

Te estendendo o apagador, a professora lhe dá um sorriso e agradece.

[...]

Após as tarefas da sala já estar feitas, os alunos pegam suas mochilas e se dirigem a porta. Em fila, esperam a professora guardar seus pertences, e fechar a porta.

Guiando os alunos até a entrada do colégio, as crianças avistam seus pais e os abraçam, logo em seguida se despedindo da professora, abanando para as crianças.

Você vê seu pai chegando para lhe buscar na escola, logo correndo até ele e abraçando ele e ele te abraçando de volta.

- Papai! Eu estava com saudades de ti - você diz. - Parece que faz tanto tempo que não nos vemos.- soltando-se do abraço, para olhar para cima e ver os olhos de seu pai.

- Eu também. Estava contando as horas para vir te buscar, e ir para casa.- ele diz, após te pegar no colo.

Olhando para trás, você abana para a professora, e ela lhe abana de volta.

Caminhando até o carro, Sanzu te coloca no chão e abre a porta, você coloca sua mochila no banco e entra, após colocar o cinto, ele fecha a porta. Entrando no carro ele coloca o cinto, coloca a chave e liga o carro.
Olhando para trás ele pergunta:

- Tudo bem aí atrás? - diz olhando para você.

- Sim - Você responde, um sorriso de orelha a orelha presente em seu rosto.

Sanzu sorriu, e virou para frente para começar a dirigir, e te levar para casa.

Você era uma criança linda, a gentileza não estava sempre presente em suas ações, por conta do ambiente em que cresceu. Sem sua mãe presente em sua vida, você não presenciou atos gentis, ou teve um influência amigável com as pessoas.
Seu pai não era um homem tão delicado, muito menos bondoso. Bom, pelo menos não com as pessoas que não sejam sua filha, e seu chefe.

[...]

Após chegar em casa, Você tira os sapatos, deixando-os na entrada da porta.
Segue para o seu quarto e larga sua mochila ao lado de sua cama.
Sanzu vai até o seu quarto, pegando seu pijama e roupas íntimas infantis.
Você pega sua toalha e vai para o banheiro, Sanzu logo atrás.

Você tira suas meias, e as deixa em cima no vaso sanitário junto com o uniforme escolar.

Arregaçando as mangas, Sanzu liga o chuveiro, esperando a banheira encher. Ele se vira e te pega no colo, te colocando dentro da banheira.

Vocês conversaram durante o banho, sobre a escola e outros assuntos.

Desligando o chuveiro, Sanzu pega a toalha e te enrola, te deixando quentinha, na toalha macia, e limpinha.

Você se seca e coloca seu pijama, deixando a toalha com o seu pai.
Andando para o quarto, ele te chama de volta para secar seus cabelos.

Depois disso, você se alimenta até acabar a fome, que por sinal era grande.
Quando termina o lanche, uma sobremesa bem gostosa te espera.
Por um momento você jura que ela está te chamando, aquele doce era uma tentação.

Depois de lanchar e comer sua sobremesa, você coloca os pratos na pia, esperando para ser lavados. Você não precisaria tocar na água gelada.

Você caminha até o quarto, para fazer as lições de casa.
E após terminar as lições, ligar a televisão para ver seus desenhos até a hora de ir dormir chegar.

[...]

De banho tomado, Sanzu segue até seu quarto para lhe colocar para dormir.

Entrando no seu quarto, Sanzu te vê deitada na cama agarrada ao seu travesseiro.
Na televisão, passa algo sobre o dia das mães.
Você percebe a presença do seu pai e pergunta o seguinte:

- Pai, onde está a minha mãe? Eu nunca a vi - você fala, se virando para olhar pra ele.

Sanzu te olha surpreso.

"O que eu faço?" Ele pensa.

Ele sabia que um dia ou outro esse momento iria chegar, e ele iria ter que lhe contar. Porém, ele não pensou que seria tão cedo. O que uma criança de exatamente seis anos de idade, pensaria sobre isso?

- Ela não gosta de mim, pai? Ela não me quer por perto? Eu estou dando muito trabalho? - Você perguntou. Os olhos carregados de lágrimas, olhando diretamente para ele.

Subindo na cama, e deitando ao seu lado, Sanzu passa a mão sobre a sua cabeça.
Essa é a hora certa? Sim, precisa ser dito, a situação para a criança, a quem nomeou de [nome] Sanzu.
O que ele diria para uma criança? Que a sua mãe te abandonou? Que ela não te queria mais, e simplesmente de deixou largada por aí? Que ela se descuidou e você nasceu? Ou talvez que ela era uma idiota irresponsável, que não queria uma criança para atrapalhar a sua vida?

E se, a mãe estivesse passando por necessidade e simplesmente não queria que o seu bebê passasse por isso também? Nem sempre as pessoas tem condições financeiras ou saúde mental para sustentar e cuidar de uma criança.

Por mais que seja triste abandonar uma criança, as pessoas nunca pensam na mãe. Ela estava bem para cuidar de ti?

- Você não me dá trabalho algum! Quem não de gostaria de ti? - ele diz, espantado com a pergunta que você acabou de fazer.

- Minha mãe - você responde. As lágrimas que antes estavam empoçadas sobre seus olhos, agora escorrendo por suas bochechinhas vermelhas.

- O que te faz pensar assim? - Ele pergunta.

Você não responde, apenas abaixa a cabeça, olhando para seus pequenos pés.

- Bom... - ele diz, chegando mais perto de você. - Eu não conheci a sua mãe. Quando eu te encontrei, você estava na frente do meu carro. E então eu te peguei no colo, depois de um tempo, eu decidi que iria te cuidar. Quem seria o imbecil que deixaria um bebê tão lindo sozinho? - ele diz, te tirando um sorriso.

- Papai, amanhã é o dia das mães. Eu quero te dar um presente, por ser o melhor pai do mundo. - você diz levantando a cabeça novamente. - Te amo papai! - abrindo os braços para abraçar ele.

Aquilo o deixa com o coração quentinho.

Ele retribui.

- Eu também te amo, meu bebê.

8 de maio