THE PROLOGUE

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ㅡ SUNOO!!!!!!!! VAMOS LOGO!!!!

O barulho de buzina que vinha lá de baixo já estava me dando dor de cabeça. Mas a culpa era minha, estava atrasado quase 10 minutos, fiquei até tarde acordado assistindo e não consegui dormir. Quando fechei meus olhos, o maldito despertador tocou, não aguentei e acabei dormindo de novo.

Enquanto Sunghoon gritava impaciente dentro do carro, eu me arrumava às pressas dentro do quarto. Sei que esses imprevistos acontecem, às vezes as pessoas se atrasam, mas o problema é que já era a...

ㅡ SUNOO, JÁ É A 17° VEZ QUE VOCE SE ATRASA!!!! – Sunghoon gritou.

Abri a janela e coloquei a cabeça para fora.

ㅡ EU JÁ SEI SUNGHOON, NÃO PRECISA FICAR ME LEMBRANDO TODA VEZ. JÁ ESTOU DESCENDO!

A sua resposta foi me olhar com cara feia e sentar a mão na buzina, o objetivo dele era acordar o quarteirão inteiro, só pode.

A janela da vizinha abriu e uma senhora beirando os 175 anos colocou a cabeça para fora.

ㅡ Mas que gritaria é essa na minha janela – ela resmungou com uma cara de quem chupou limão.

ㅡ Desculpa dona Irene, não queríamos acordar a senhora -tentei ser educado, minha mãe sempre me dizia que queria que eu respeitasse os mais velhos da forma que eu queria que a respeitasse quando chegasse em idade avançada. E eu respeitava, juro que respeitava.

Mas a dona Irene era minha única exceção, ela era fofoqueira de um jeito ruim, ela era maquiavélica.

Uma vez saí escondido de casa tarde da noite. No outro dia a velha foi contar pra minha mãe que tinha me visto pular a janela e entrar num carro estranho quando foi colocar seu gato pra fora. Fiquei uma semana de castigo.

ㅡ Jovenzinho, você e seu amigo acordaram todos os vizinhos, até meus gatinhos estão assustados. A sorte que já estou acordada desde às 5:30 da manhã – falou toda orgulhosa.

ㅡ E pra quê acordar tão cedo só pra varrer a calçada? – Minha expressão de total inocência.

Ela não ficou muito contente com o que ouviu.

ㅡ Você é uma vergonha pra sua mãe, além de ficar fazendo baderna de baixo da minha janela e saindo madrugada à fora com gente esquisita, ainda é mal-educado. No meu tempo as crianças eram mais obedientes e respeitosas –  cada palavra, gotas de saliva saíam de sua boca, parecia uma cobra destilando seu veneno.

ㅡ E na sua época também existiam vizinhas enxeridas que cuidavam mais da vida dos outros do que da própria vida?

Acho que ficou ofendida, já que abriu e fechou a boca com os olhos esbugalhados em descrença.

Antes que ela pudesse me rebater com suas venenosas palavras, um insuportável som de buzina fez com que eu colocasse o dedo no ouvido fazendo uma careta.

Fechei a janela e catei minha mochila enquanto corria pela escada.

ㅡ Você podia ser um pouco mais responsável – Sunghoon reclamou enquanto eu abria a porta do carro e me jogava no banco do carona.

ㅡ Porra mais uma lição de moral logo cedo, nem tomei café da manhã ainda – respondi abrindo o porta-luvas, sabia que tinha deixado um pacote de biscoito ali semana passada.

- Nem adianta procurar, eu joguei aquele biscoito fora – Hoon deu partida no carro, ele era muito cuidadoso e respeitava todas as leis de trânsito. Mas nunca se importou em me chamar atenção por ás vezes não usar o cinto de segurança. Seu lema era basicamente cada um cuide da própria vida e arque com as consequências de suas atitudes.

SÓ SEU | sunjake - enhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora