— Sunoo – uma voz longe tentava chegar até mim – filho, acorda!
Senti a coberta sendo retirada dos meus ombros, enquanto eu tentava acordar.
Uma parte de mim dizia para obedecer e outra dizia para ignorar e continuar – finalmente, em sono profundo.
Me remexi abrindo os meus olhos aos poucos, minha mãe com olhar preocupado a minha frente.
— Você está ardendo em febre.
Passei algumas horas fora de casa, minha mãe insistiu para me levar ao hospital mesmo sabendo quais remédios seriam receitados. Minha cabeça latejava, meu corpo estava dolorido e a garganta me incomodava um pouco, só queria me dopar de remédio e ficar na minha cama o dia todo.
Cheguei em casa com várias mensagens de parabenizações, e uma ligação animada de Hanbin – em que tive que convencê-lo de que não precisava vir me visitar. Respondi algumas pessoas e ignorei outras, eu realmente não tinha ânimo para nada disso, nem sentia que era mesmo meu aniversário, parecia só mais um dia qualquer. E ignorei, principalmente, as mensagens e ligações de Jake.
Passei a madrugada inteira acordado, pensando e revivendo cenas da noite passada; me causando dezenas de reações diferentes em cada lembrança.
Dormi e acordei várias vezes durante o dia, e à noite minha mãe entrou no meu quarto para ver como eu estava, decidida de que não iria trabalhar, falei que não tinha necessidade alguma, que minha febre tinha baixado e eu não era mais uma criança em que ela precisasse ficar acordada para cuidar.
Os remédios me deixavam meio grogue, mas me esforcei para afastar as cobertas e dizer que faria alguma coisa para comer, só para ela ver que eu estava bem. E no fim ela se convenceu a ir para o trabalho depois de jogar uma manta em meus ombros.
Na verdade, eu não sentia vontade alguma de comer, então assim q ela saiu me empoleirei no sofá da sala agora sozinho, tentando não pensar em nada, me entregando aos efeitos dos analgésicos como se estivesse drogado.
Pensei em ligar a TV, mas o controle estava longe e não queria forçar meu corpo a se levantar.
Que estado deplorável que me encontrava neste momento.
Já estava naquele meio termo de sonho e realidade, quando ouvi um barulho.
Acordei com meu corpo dando um pulo assustado tentando entender de onde vinha esse som, até perceber que vinha da porta de entrada.
Resmunguei aborrecido, juntando minhas forças para ir até lá, por um lado seria bom ter Hanbin por perto, estar doente já é ruim, estar doente e sozinho é pior ainda.
Em poucos passos e minha mão estava na maçaneta. Quando abri, Jake me encarava do lado de fora.
Fiquei imóvel o olhando, patético ainda com a manta em meus ombros, mas só de ver o seu rosto meu coração acordou e começou a bater diferente.
Quando fiz menção de abrir a boca – sem ter a menor ideia do que diria —, ele me interrompeu.
— Não fala nada.
Empurrou a porta para dentro, a abrindo de vagar, como se não quisesse me assustar, como se não quisesse que um felino o atacasse.
Dei um passo para atrás e ele finalmente entrou. Percebi que havia sacolas em suas mãos.
Jake passou por mim e foi até a parte da cozinha colocando as sacolas sobre a mesa.
Não falei nada, dei as costas e fui até a sala novamente, me sentei exatamente do mesmo jeito e no mesmo sofá, e o observei tirar duas embalagens de uma das sacolas. Pareciam potes com algum líquido dentro, ele levou até o micro-ondas, digitou algum temporizador e em seguida foi até os armários e começou a procurar por algo, eu não perguntei, e ele também não. Só ouvia o som do micro-ondas esquentando seja lá o que estivesse lá dentro.
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SÓ SEU | sunjake - enhypen
Fiksi PenggemarO ódio e o amor sempre foram amantes, separados apenas por uma linha tênue que Sunoo e Jake ultrapassariam da forma mais intensa. Eles descobririam que tanta implicância pode sim se tornar numa forte tensão entre duas pessoas.