Especial VegasPete

Parte 1

VEGAS

Estou sentado nesta mesa de conferência, olhando para a caneta em minha mão, o barulho das pessoas neste lugar não me chama atenção, agora só posso pensar...'O que ele fará hoje? Que cara engraçada ele fez durante o dia? Será que ele já comeu? Ele ficou aliviado por acordar e não me ver? Que comida devo levar para ele hoje?'

Eu sou um idiota? Nunca pensei que me interessaria tanto por um guarda-costas da primeira família, eu sempre o achei chato, irracional e fraco. Esse interesse, por uma pessoa com quem eu não deveria me importar me faz estremecer, nunca pensei que ter alguém próximo,
mesmo sem nenhuma conversa ou contato físico seria tão confortável, eu nunca pensei que poderia experimentar algo assim.

Desde que me lembro, sempre estive cercado de pessoas irritantes, por exemplo, as mulheres de meu pai, me senti tão desconfortável que quase quis fugir, todos eles querem tirar de mim dinheiro, poder ou posição, e eu tentei tanto obtê-los que não sei mais quem
realmente sou.

"Sr. Justin, se você tiver alguma dúvida, você pode falar com meu filho... Ele é muito capaz e confiável, não é, Vegas?"

Saí dos meus pensamentos e olhei para meu pai que me deu um olhar duro e me chutou por baixo da mesa, comecei a acenar e olhar para ele com olhos vazios, antes que ele apontasse para a pessoa ao meu lado, o Sr.Justin, um cliente muito importante.

"Sim", respondi com um sorriso forçado, contrário ao meu humor atual.

"Durante esse tempo, meu filho está cuidando de alguns negócios, então é um grande conhecedor, gostaria de mais uma xícara de café?", meu pai pediu um dos funcionários para trazer mais café, enquanto eu apenas aceno recusando, sem olhar para meu pai.

Eu não posso nem olhar para ele, mesmo que ele use bajulação na frente dos outros, no final eu sei que isso é tudo mentira, seu olhar para mim sempre será cheio de ódio, para ele eu sou alguém nojento por ser gay e não sou tão bom quanto Kinn, só que ele finge me amar pela segurança dos negócios, para que possa me usar como marionete, afinal, ele sabe que não pode cuidar sozinho dos negócios da família.

"Leve o Sr.Justin para comer, nem pense em tratá-lo mal, nem pense em se mostrar na minha frente!" meu pai sussurrou com desgosto atrás de mim enquanto saíamos da sala de conferências.

"Estou ocupado esta noite", respondi sem olhar para ele.

"Esqueça isso e obedeça minhas ordens!", ele disse com raiva e depois saiu, andando de volta ao seu escritório particular.

"Malditos idiotas", essa foi a última coisa que se ouviu, antes de socar com força a porta do meu escritório.

É minha maneira de desabafar a raiva, tristeza e arrependimento guardado, agora eu só posso me odiar por tudo o que eu fiz para Pete, até o momento ele é a única pessoa que me fez questionar o porquê de minhas ações: 'Como posso ser tão duro e mesquinho? Como posso ter pensamentos de querer matar alguém? Como posso ser eu mesmo, se estou sempre sob toda essa pressão?'

Não sei se queria saber as respostas para tudo isso, não me sinto confortável. Por exemplo, se meu pai quer derrotar a família principal, eu vou querer vencer, mas do meu jeito, eu não quero que as pessoas continuem me comparando com Kinn toda vez que isso acontecer. Isso me causa uma sensação de dor.

Até agora tenho observado Kinn para aprender seus pontos fracos, onde posso machucá-lo? Para uma pessoa como aquela que usa os sentimentos como guia, é fácil saber onde, afinal o amor é tão frágil, por isso resolvi levar cada pessoa que ele gosta, o que não foi
difícil de descobrir, né? De quem ele não tirou os olhos? Seu novo guarda-costas, mas não tive sucesso, esse imbecil tem alguma coisa com Porsche, mas eu ainda estendi a mão, tentei criar pensamentos desconfortáveis em Kinn, tentei lembrá-lo de seus dias com P'Tawan.