Capítulo 01

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— GANCHO DE DIREITA, PORRA— ouço meu pai gritar do outro lado do ringue

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— GANCHO DE DIREITA, PORRA— ouço meu pai gritar do outro lado do ringue.

Estamos na casa de lutas, meu pai me trouxe a primeira vez aqui eu era um pirralho. Eu sempre amei o que meu pai fazia, mas eu me apaixonei mesmo foi pelas lutas.

Dou um gancho de direito e derrubo meu oponente. Sorrio com sangue na boca e meu pai gargalha.

— Sua mãe vai me matar — ele fala quando estamos indo para casa.

Estou com várias marcas pelo corpo, meu pai me olha com orgulho e isso enche meu peito. Estou com 18 anos, dei início na máfia com 10 anos. Minha mãe faltou passar mal quando meu pai contou para ela, mamãe ficou dias sem falar com ele.

Amo meus pai com todo meu coração, não me vejo sem eles por nada nesse mundo. Na máfia quando fazemos a inicialização temos que matar uma pessoa. Eu fiz isso sem nem um problema, não me importava se ele era inocente ou não.

— Sim, ela vai — falo dando risada.

Chegamos em casa era 04:00 horas da manhã. Meu pai disse para ela que só iríamos resolver uns problemas e já íamos voltar, isso era 12:00.

Entremos tentando fazer o menos barulho possível, o que não adiantou em nada.

— Onde você estavam?

Eu e meu pai estava subindo as escadas nas pontas dos pés quando ouvimos sua voz doce. Olhamos na direção da sala e vimos ela sentada no sofá e só um abajur ligado. Meu pai ficou tão branco que achei que iria passar mal.

— P-pequena, estávamos só...

Ele para de falar assim que ela lhe lança um olhar brava.

— O que te pedi? — ela fala cruzando os braços e olhando para meu pai.

— Mãe...

— O que eu te pedi Domenico? — ela fala sem deixar eu falar.

— Para não levar Christopher as lutas — ele fala olhando firme para ela.

— E onde você o levou?

— Mãe, eu já tenho 18 anos. Não pode me proibir de fazer o que eu quero — falo para ela.

Ela me olha com um olhar sério e logo depois eles enchem de lágrimas.

— Mãe eu não quis...

— Pequena olha...

Ela levanta a mão fazendo com que nós dois parar de falar. Ela nos olha e vem em nossa direção.

— Estou decepcionada com vocês — ela fala chateada e sobe as escadas.

— Vou conversar com ela, sabe que não fica muito tempo chateada — meu pai fala sorrindo e sobe atrás da sua amada.

Estou de costas para a escada e respiro fundo, sei que minha mãe desaprova o que fazemos referente a máfia. Mas ela sabe que sobre isso não tem por onde fugir. Mas o que minha mãe odeia ainda mais é as lutas clandestinas.

Viro para subir e as escadas e vejo uma sombra no topo dela. Imagino quem seja, vejo seus olhos sonolentos me olhando perdida.

— Tia Chloe e papai brigaram de novo? — ela pergunta.

— Não é da sua conta ratazana — falo subindo as escadas bravo.

Toda vez que a vejo sinto uma raiva enorme, as vezes não consigo entender por que a odeio tanto. Mas não consigo não ficar bravo toda vez que a vejo.

— Eu só perguntei — ela fala quando estou perto dela.

— Cuide da sua vida, você nem dessa família é— falo para deixá-la ofendida.

Ela me olha com seus olhos cor de mel, ela respira fundo e da dois passos para trás. Logo em seguida recebo um soco no nariz, foi tão rápido que não consigo saber de onde veio.

— Isso é por ter dito que não sou da família — ela fala e depois me dá um chute no saco — e isso é por você ser um babaca.

Ela sai rebolando aquela bunda gostosa para longe de mim. Dou risada sorriso depois que vejo ela entrar em seu quarto. Vou para meu quarto que fica no final do corredor à esquerda.

Lado direto é o quarto dos meus pais e o lado esquerdo meu e da Harper. Meu maior desafio desde meus 13 anos. Éramos próximos, brincávamos junto e éramos inseparáveis.

Entrei para o ensino médio e tudo mudou, conheci os garotos populares e as meninas gostosas, então nossa amizade ficou para trás. Quase nunca nos falávamos e quando acontecia sempre brigávamos.

Odiava ver meus amigos querendo chegar perto dela, sempre fazia ela passar alguma vergonha quando isso acontecia. Comecei a odiar ainda mais quando ela estava com seus 15 anos, todos os garotos queriam apenas uma coisa dela, e todos os sabemos o que era.

Mas não se engane com a carinha de anjo e delicada, o que Harper não tem é delicadeza. Diferente da sua tia, no caso a minha mãe, Harper era boa de briga e não deixava para lá.

Sempre arrumava confusão na escola com as meninas do time de líder. Harper sempre quebrava as meninas quando brigava, já que meu pai também a treinava. Não como eu, mas a ensinava a se defender.

Olho para o espelho e vejo o estrago que aquele filho de papai fez. Um olho roxo e algumas manchas no abdômen, nada de mais. Ele provavelmente estava no hospital agora. Sorrio com isso.

Ele é filho do diretor da nossa antiga escola, antiga por que ja terminamos. Ele sempre batia uma asa para Harper, sempre o odiei por isso.

Ela era a porra de uma bastarda, alguns poderia achar que tudo isso era ciúmes de irmão.

Mas eu sabia exatamente o que era, e me recusava a aceitar esse fato.

Christopher Moretti | "Companion" de Domenico Moretti Onde histórias criam vida. Descubra agora