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**Valérie narrando**

Receber uma proposta de emprego na minha área, Publicidade, na cidade grande, era meu sonho se realizando, e eu não podia perder essa oportunidade. Eu já estava em Los Angeles, Califórnia, a mais ou menos duas semanas, mas só começaria a trabalhar na nova empresa daqui a uma semana, porém vim antes para poder encontrar um apartamento tranquilo pra morar.

Eu estava mega ansiosa pra começar logo no meu novo emprego, que assim que me ligaram no final daquela tarde me informando pra comparecer à empresa para assinar alguns documentos de admissão na manhã seguinte, eu dei um pulo da cadeira em que estava sentada e comecei a arrumar as papeladas, além de revirar o meu guarda roupa e encontrar a roupa ideal para passar uma boa impressão no meu primeiro dia.

Eu já estava com tudo separado e pronta para dormir, quando meu celular tocou, era uma chamada da empresa, eu atendi no segundo toque, ansiosa.
Valérie: — Alô.
Homem: — Boa noite, é a senhorita Sullivan?
Valérie: — Sim, sou eu. ― Contendo a empolgação.
Homem: — Me chamo Homer, te liguei hoje mais cedo, sou assistente da corporação Ander's Bank's, a senhorita poderia me encontrar no bar ao lado da empresa, para assinar a papelada da admissão?
Valérie: — Agora? Pensei que fosse só amanhã cedo. ― Intrigada.
Homer: — Sim senhorita, me desculpe o inconveniente, serei breve por conta do horário, mas creio que amanhã não terá muito tempo disponível pra ficar lendo tanta papelada, e hoje a senhorita poderá levar os papéis para casa, e ler tudo tranquilamente.
Valérie: — Ok, tudo bem então, me manda o endereço.
Homer: — Posso mandar um Uber te buscar, se preferir.
Valérie: — Não será necessário, vou com meu carro.
Homer: — Então tudo bem, estarei te esperando.
Valérie: — Ok, logo eu chego.
Homer: — Ok. ― Ele desligou a chamada.
Me arrumei rapidamente, usando um look mais formal, um conjunto social vinho, de blazer e calça, um bory de alcinha fina preto, salto fino, e cabelo solto. Saí de casa, sem me importar com o horário, pois já havia feito entrevista em situações piores, como por exemplo, um show de rock na minha cidade, e achando que aqui também não seria nada demais, desci pela saída de emergência do condomínio, pois o elevador tinha quebrado a uns três dias atrás, e ainda estava em manutenção. Desci as escadas, e me deparei com dois homens enormes a minha frente, meu coração acelerou, insegura e receosa, pedi licença e desci apressada, ao chegar no térreo, eles não me seguiam e eu pude respirar aliviada. Continuei a andar tranquila até a garagem, foi quando eu os vi novamente a minha frente, tentei não surtar, mais o meu medo era maior, eu dei meia volta, e dei de cara com mais dois homens grandalhões, eu suava frio, um deles se aproximou e eu corri em disparada entre os carros, mas foi em vão, eu estava sem saída, um deles me pegou pelos cabelos a força, o outro jogou um capuz preto na minha cabeça, me pegou no colo, e me jogou dentro de um carro.
— SOCORRO, SOCORRO! ― Eu gritei, mas era em vão, o carro já estava em movimento.
— Ninguém vai te ouvir, vadia. ― Disse um homem, que reconheci pela voz do telefone, Homer, ele tirou o capuz da minha cabeça, o carro não estava totalmente escuro, eu consegui olhar teu semblante e dos dois grandalhões ao seu lado, eu estava deitada no banco traseiro de uma limusine.
— Não iremos machucá-la, você é bem gostosinha e valiosa. ― Ele disse, me encarando com malícia, e eu me sentei rapidamente.
— O que você quer comigo? ― Perguntei, com medo.
— Bom, eu posso imaginar várias coisas que a gente possa fazer juntos, mas você é do meu chefe, então não sei bem o que vai te acontecer... ― Ele disse, me encarando com um sorriso malicioso no rosto, e eu me encolhi no banco.
Homer então se sentou ao meu lado e ameaçou tocar em minhas pernas, sorrindo safado, e sem nem pensar duas vezes eu o empurrei com toda a minha força ao chão e ele me fuzilou com o olhar. Assim que paramos em um semáforo numa rua cheia de gente, eu bati no vidro para pedir ajuda, mas ninguém me viu ou ouviu, e o Homer se levantou do chão gargalhando, antes de dizer, frio:
— Apaguem ela.
— Não, por favor, não. ― Eu pedi, mas os dois grandalhões vieram pra cima de mim, um me segurou com muita força, e o outro colocou um pano com amoníaco em meu nariz e boca, me fazendo desmaiar.

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