O azulado da cidade nunca se compara
À vermelhidão dos campos
Das minhas velhas ambições
Minhas verdadesAzuis
Seriam minhas mentiras
Azulada seria eu
Minhas curvas e mente traiçoeiraAzul como minha memória
Imparcial.
Irrelevante.
Imoral.
Imperdoável.Cruel e ambígua
Minha mente turva e gélida
Como minha cidadezinhaFim de mundo se quiser saber.
Fim de mundo com finais de tarde azuis
Azuladissimos
Azulado e perverso
Azulado e corrompido.Azul e finalmente esquecido ao chegar daquela manhã
A manhã que decidi não acabar com tudo
Que é clara, surrada pela neblina.
Tirando todo pensamento da rebeldia
Substituindo novamente pelo azulado, a frieza tomando conta
Tomando
Tornando
EncorporandoO pensamento impiedoso se repetindo
O dia se repetindo
A noite se repetindo
Todas as desculpas
As mesmas duas palavras ao final da noite
Enquanto estou sendo coberta naquela cama grande demais pra uma pessoa só
E as duas palavras
E as mentiras
E a cama me engole
Eles me engolem
Cuspindo negligências
Dando desculpas à mudançaEu paraliso
E toda noite eu me deito
Digo todas as desculpas
Repito as duas palavras
Claustrofóbico
Tomado
Gelado
Morto.Eu me matei
Eu fui a vermelhidão do campo
E fui o amaranhado daquelas flores azuis que te dediquei com tanto carinho.
E morri sozinho
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chances azuis
PoetryAzuis, como meu vômito, como meu peito e como eu queria que fosse meu sangue, assim não seria similar a você. 07.04.22