4. Família

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4. Família.

O talvez está se tornando uma certeza. Harry tem quase certeza, ainda não sabe se é pelo fato de estarem se beijando quando podem, dormirem juntos quase toda noite — Draco é o único alfa que tem permissão para entrar no ninho de Harry —, fora que agora eles andam muito mais grudados do que já eram. O ômega gosta disso tudo e o alfa tanto quanto, porém nenhum deles toma uma iniciativa por medo de acabar estragando a amizade, caso não funcione. Harry, pela manhã, foi recebido com um selinho por Draco, o ômega não tem problemas com isso, porém ele está começando a se incomodar com o fato de que ele é tratado como namorado, mas o alfa não faz nada para oficializar a relação e Potter quer que Draco faça algo, ele quem é o alfa.

Eles se beijaram de novo quando foram embora, mesmo que Harry quisesse ficar com Draco, o alfa disse que tinha prometido visitar sua mãe e não poderia ficar. E então o ômega estava sozinho com seu bebê alfa, por mais que gostasse de conversar com ele, Scorpius ainda não respondia, eram somente balbucios e sons desconexos e o bebê ainda estava sendo um chato, porque jogou seu mordedor babado na mamãe. Harry matou seu tédio como pode, ele cozinhou, brincou com Scorpius, eles tomaram banho de banheira juntinhos, o amamentou também, mas o filhote ficava sonolento perto das nove da noite e quando Harry percebeu, ele nem estava mais sugando seu peito. Abandonado por seu próprio bebê sonolento.

Potter está começando a achar que tem pensado muito em Malfoy, ele não sai de sua mente, isso o faz querer bater em Draco. Sim, ele é o culpado disso e merece uns tapas por fazê-lo pensar demais nele, o alfa deveria pensar duas vezes antes de ser maravilhoso, cheiroso, amoroso e gostoso. Harry estava deitado na cama com os braços cruzados emburrado enquanto assistia televisão, ele era mesmo um ômega manhoso e Draco era o culpado por mimá-lo tanto. Para distrair sua mente, o ômega resolveu ler, a algumas semanas preso na mesma página por estar em uma ressaca literária, ele não sabe quanto tempo ficou lendo, os minutos foram passando e Harry estava totalmente imerso no livro, somente parou de ler quando o chorinho de Scorpius soou ao seu lado. O ômega deixou o livro na cabeceira e colocou seu filhote no colo, lhe dando de mamar até pegar no sono novamente e pouco depois, Harry dormiu também.

Draco chegou mais cedo na empresa, ele precisava resolver trabalhos pendentes, mas não conseguiu, porque o cheiro delicioso de Harry estava por toda parte na sala, o lembrando do lindo ômega que ainda não tinha chegado. Na noite anterior, em uma conversa com sua mãe, o alfa assumiu que toda aquela intimidade estava o deixando louco, eles agiam como namorados, mas não eram e isso fazia ele pensar que outros alfas poderiam tentar algo, para Draco, Harry era seu ômega. Talvez ele devesse tomar alguma providência sobre isso, chamá-lo para sair ou quem sabe contar sobre como vem se sentindo, porque Harry demonstra sentir o mesmo. Desde que o ômega entrou em sua vida, ela não era mais a mesma, tinha sempre um coisinha insuportável o importunando e depois que o ômega teve um bebê, eram duas coisinhas e agora com eles totalmente em sua vida, não pode tirá-los de sua mente.

Mais uma vez seus pensamentos estão em Harry, ele precisa parar se quer se concentrar no trabalho, porém o alfa não o culpa, alguém tão perfeito e lindo como o ômega, era óbvio que seu coração sempre iria bater mais rápido por ele. Falando nesse lindo rapaz, Harry adentrou a sala sorridente e radiante, exalando seu brilho próprio, isso fez Draco sorrir, ele não estava de mau humor hoje. O alfa se levantou para recebê-lo, ele se sentia diferente hoje, porém Harry negou seu beijo, apenas o abraçou, isso deixou Draco confuso, ele fez alguma coisa? Harry estava mesmo o deixando louco. O ômega não disse nada sobre o beijo, ele agiu como se nada estivesse errado, será que aquilo era algum tipo de tortura ou castigo? Draco não pode pedir desculpa se não sabe o que fez, mas pode tentar.

— O que foi, hm? — Draco perguntou se aproximando da mesa de Harry, apoiando suas mãos na superfície de vidro e encarando seus olhos verdes hipnotizantes, o ômega desviou o olhar, queria ignorá-lo? Sim, mas não conseguia. Por que Draco tem que ser tão atencioso sempre, não é que ele não goste, pelo contrário, mas fica complicado se fazer de difícil quando o alfa consegue tê-lo na palma da mão.

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