Capítulo 1

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Elena

 Hoje minhas aulas retornam após 2 anos sem ir para a escola. Sinto-me como se tivesse perdido o meu cérebro. Meu maior medo é enfrentar os professores e ver eles se decepcionarem comigo, já que eu era a aluna exemplar mais querida. Ou quase isso. 

Devido ao meu super-inteligentíssimo amigo. Lucas estuda comigo desde meus cinco anos, (olha que estou com 16) ele sempre foi inteligente, mas é de nascença — embora eu não seja tão próxima dele para saber se ele não estuda mais de dez horas por dia — mas o menino é uma fera. Tirando ele, eu sou a menina mais estudiosa e inteligente daquela escola inteira — contando 8 salas — sei disso porque minha pontuação de pontos no boletim do ano retrasado deu 99, ficando um ponto a baixo de Lucas. 

 Talvez seja por isso que eu não, seja tão popular naquela escola; os "nerds" nunca são os populares da escola. Eu sempre escondi ser "nerd", tentando ser só inteligente, mas penso que não deu certo.

 Quando era pequena via vídeos da Morgana Santana sobre como ser patricinha na escola e tutoriais de como ser popular, mas aquiles vídeos só alimentaram minha sede de desejo, porque realização... 

 Resumindo, já estou atrasada, bom começo de aulas para quem chegava na escola meia hora antes de abrirem o portão. Tomo café com leite e um pedaço de pizza que deixei ontem no forninho antigo da minha mãe. Escovo os dentes e pronto, estou pronta. 

 Indo para o caminho da escola passo na padaria para comprar algumas gomas de mascar, não para ficar na aula; mas caso eu tenha coragem, dou para alguém para se dar bem com tal pessoa. 

Com meu fone no ouvido, vou ouvindo Mont Everest. Essa música faz minha cabeça girar, me deixando mais confiante, por isso quando estou nervosa costumo colocar essa categoria de música no meu ouvido e me impulsionar a ficar mais calma, fingindo estar no controle de tudo.

 Viro a última rua para o colégio e dou de cara com ele. Ele não mudou nada — penso em minha mente de uma forma engraçada, mas ao perceber que eu estava com um sorrisinho no rosto, trato de eliminá-lo na hora. 

Arthur era meu amigo no sexto ano, bom, eu pensava ser. Porém, na minha cabeça prefiro pensar que ele era apenas um ex-amigo, é menos doloroso. Todas às vezes que ele me sorria eu me sentia flutuando. Pensar assim agora me faz perceber o quanto eu era burra, ele só realizava isso por interesse. Mas ainda fico a pensar no que tanto falavam sobre "nós", como nos olha vá-nos, as pupilas dilatadas e um brilho inútil no olhar. A dúvida que ainda tenho me faz me sentir mais burra ainda. 

 Ando devagar para que eu não chegue a passar perto dele e funciona, ele nem me viu (ou virou o rosto para ver). 

 Logo que chego na escola vejo meu possível amigo Daniel. Ele é uma boa pessoa, por isso mantenho a amizade com ele; já que me ajudou com várias coisas. Mas como gosto de estudar um pouco a mais sobre as pessoas que me relaciono, cheguei a conclusão que ele quer ter vários amigos para se tornar popular; não para a real função de um amigo. Então já estou tentando adquirir esse pensamento ao meu favor, para não sair falando de tudo com ele. 

 Bom dia Daniel! — Digo acenando para o mesmo. 

 Bom dia! Nossa Bruna, você é diferente pessoalmente! — ele diz juntando as sobrancelhas em uma forma de tentar captar a imagem que está observando a sua frente. 

 Diferente como? Para bom ou para pior? Porquê eu só tiro foto com filtros, mas tô com uma boa quantia de make. 

 Sério? — é a única coisa que consigo dizer. 

 — (as)-

 Sentei-me na carteira da frente, embora seja traumatizada por ela. 

Ainda no sexto ano, pagando muito de aluna exemplar, chegava cedinho na escola e grudava meu corpo no portão do colégio, para ninguém encostar no portão e entrar na escola antes que eu e chegar antes de mim na sala. Até que começaram a implicar comigo, foi quando armaram um plano para me deixar fora daquela cadeira. O dono dele era Arthur. Quando vi que foi ele fiquei tão magoada, ainda assim continuei apaixonada pelo infeliz. 

Todas as rosas do meu jardimOnde histórias criam vida. Descubra agora