ter você.

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Ter você é como uma dádiva sagrada, a qual eu nunca vou deixar de agradecer por poder chamar de minha.

Ter você de volta é como estar no paraíso, não quero que seja um sonho.

— Beomgyu! Que tal saírmos hoje a tarde? Podemos ir ao shopping ou ao karaokê. – Taehyun disse, me tirando do transe.

— Achei a idéia magnífica, mas eu pago dessa vez.

— Mas eu sempre pago... –  ele acha legal ficar gastando dinheiro com os outros?

— Por isso mesmo! Deixa eu pagar dessa vez, Hyun... quero sentir que faço algo por você.

Ele suspirou, então eu já previ a resposta.

— Tudo bem, dessa vez você paga, mas não pense que estou satisfeito.

E então, fui me arrumar, porém estranhamente Taehyun não moveu um músculo, até eu terminar. Talvez ele já estivesse pronto.

Quando passamos por minha mãe, que estava na sala de TV assistindo a algum programa tedioso, dei um beijo em sua testa e avisei que ia sair com Taehyun, então voltaria mais tarde hoje.

Bom, ela apenas me encarou muito preocupada. Não entendi pois ela sempre confiou em Tae.

— Não se preocupe, mamãe! Estaremos de volta antes das nove, e Taehyun me trará em casa. Não é, Hyun? – eu sorri o olhando, ele apenas retribuiu e acenou com a cabeça.

— Beomgyu, amor... não faça isso com você mesmo. – sua feição de preocupação aumentou, e de repente ela se levantou do sofá e veio-me abraçar, estranhei.

— Mamãe, o que há contigo? São Apenas algumas horas fora, está tudo bem. – sorri de forma serena para tranquilizá-la, mas ela apenas me deixou ir, e não sorriu de volta. Provavelmente sua preocupação não diminuiu.

Não deixei que esse pequeno episódio me deixasse com um humor ruim, afinal eu estava com Taehyun, não tinha nada a temer.

                                 
                                  💭

Estávamos há algumas horas no shopping, nos divertindo á beça e indo em várias lojas. Apesar de, só eu estava comprando.

— Você não quis comprar nada... é porque eu quem estou pagando? Ainda tá nisso? – fiz pout¹ para que ele visse que eu estava chateado.

— Não, apenas não quero nada, está sendo legal vendo você gastar seu próprio dinheiro, afinal de contas. – ele riu, e como eu senti falta daquela risada.

De repente olhei para o lado, não tão distante de nós, avistei uma mulher tentando impedir sua, provavelmente filha, de apontar o dedo para nós, e em seguida saiu com ela, como se fôssemos dois estranhos.

Isso acontece sempre com casais homoafetivos, como eu e Taehyun, não é surpresa. Mas dessa vez senti que foi diferente....
De qualquer forma, é melhor deixar para lá, como eu disse, hoje nada abala meu humor.

— Que tal irmos comer alguma coisa? Estamos andando faz horas, estou cansado e com fome. – Ele apenas acenou novamente, então fomos para a praça de alimentação.

Enquanto comíamos, eu ria das bobeiras de Taehyun e senti os olhares das pessoas sobre nós novamente, o que me deixou desconfortável.

— Está tudo bem, Beomgie. – eu senti minha mão quente e confortável, então olhei-a e percebi que a dele fazia um carinho discreto sobre ela. Respirei fundo e acenei. Ah, como senti falta desse toque. – Eles não sabem sobre nós, não sabem sobre as coisas que fazemos.

Eu sorri, e me senti no paraíso quando ele sorriu de volta.

Após comermos, concordamos que já era hora de ir, pois, se eu ficasse mais tempo nesse shopping, eu choraria, pois os olhares estranhos não cederam nem por um minuto.

                                  💭

— Chegamos, Beom. Então eu já vou indo, é quase meia noite... – estávamos na porta de casa. Ele pareceu apreensivo, ou com pressa.

— Você tem algo importante agora? Queria ter sua companhia por mais alguns instantes. – pout novamente, isso sempre convencia ele, mas sua expressão continuava séria.

— Eu realmente preciso ir... Dê um beijo na sua mãe por mim, tudo bem? – ele se aproximou e me deu um selinho gelado, acho que é o clima. Eu sorri com isso.

— Tudo bem, Sr. Kang! Até amanhã, então?

— Até amanhã, ursinho.

Observei ele sair apressadamente, após isso entrei em casa e vi mamãe e minha irmã mais velha, Beonsu, na sala de estar, elas levaram um susto quando a porta se abriu.

— Desculpe, assustei vocês.

— Beomgyu, onde você estava até uma hora dessas? Mamãe estava quase tendo um infarto! Como pode sumir assim nessas condições? – ela disparou, e a confusão tomou conta de mim.

— Como assim "nessas condições"? E outra, eu expliquei á mamãe que saí com Taehyun. Não foi, mãe? – quando a olhei, ela estava com as mãos escondendo o rosto e sua cabeça estava baixa, percebi que estava chorando.

Logo me preocupei e me aproximei, mas Beonsu fez um sinal com a mão para que eu parasse, e subisse para meu quarto, não entendia o que estava acontecendo, o que eu fiz de errado?

Subi as escadas devagar, enquanto ouvia minha mãe suspirar alto e fungar, minha irmã continuava dizendo coisas como "vamos passar por isso", "vai ficar tudo bem". Minha cabeça doía.

Quando cheguei no meu quarto, apenas fechei a porta e comecei a chorar desesperadamente. Qual o problema comigo hoje?

Pensei em Taehyun, e chorei ainda mais. Por que raios eu sentia tanta falta dele, se estivemos juntos o dia inteiro?

Cada ação dele fazia eu pensar o quanto sentia saudades, e era uma saudade tão dolorosa, que essa noite ela transbordou em lágrimas.

¹pout: biquinho/beicinho.

meu querido delírio - taegyu.Onde histórias criam vida. Descubra agora