saudade.

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Se passaram duas semanas. Eu ainda não vi Taehyun, minha irmã e minha mãe continuaram a me fazer tomar o remédio que dava sono até semana passada, mas eu disse que estava bem e que não precisava – nem sabia para que era –.

Liguei para Taehyun mais uma vez, nada, apesar de que agora ele estava sem foto de perfil, o que significa que entrou no aplicativo.

Era fim de tarde, de repente minha mãe entra no quarto, dizendo para eu sair um pouco, e memo sem ânimo algum, eu fui. Não queria contrariá-la.

[...] Ao passar pelo parque, parei e observei as crianças brincando com um enorme sorriso no rosto, e lembrei de Taehyun e Beomgyu na infância, criancinhas que não sabiam de nada da vida ainda, mas adoravam brincar juntos. Saudades disso.

— Beomgyu? – meus olhos se arregalaram, olhei para o lado e o vi ali, parado, com uma feição de alívio. — Eu te procurei em toda parte, onde estava?

— Eu estava em casa... – dou-lhe um abraço apertado, e que saudades desse cheirinho. — Onde você estava? Eu fiquei tão preocupado, amor! – um sentimento estranho de alívio e nostalgia me invadiu, como se eu tivesse um medo absurdo de que algo ruim acontecesse novamente.

— Não precisa disso agora, eu estou aqui, ok? Eu estou aqui de novo. – eu sorri ao ouvir aquilo, e não pude evitar uma lágrima de descer pela minha bochecha.

Ao olhar pras crianças novamente, quase todas estavam me encarando, e até alguns adultos também, de novo...

— Vamos até as cercas? Costumávamos ver o pôr do sol juntos lá, você se lembra? – Taehyun disse, me tirando a atenção das pessoas, e me fazendo encará-lo de volta.

— Claro que lembro, nem faz tanto tempo assim. Só umas semanas, já que você sumiu misteriosamente.

Ambos rimos, e então seguramos as mãos e fomos até umas cercas. Se você atravessasse essas cercas, iria passar por uma grama alta quase sem fim, até chegar á pequena floresta que tínhamos na cidade. Eu e Taehy amamos ver o pôr do sol dali, é maravilhoso.

— Eu amo essa vista... – eu disse querendo chorar, não entendi o porquê, mas sempre que eu olhava o pôr do sol ou o céu estrelado nesses últimos meses, me vinha uma saudade carregada de dor e tristeza. Eu chorava quase sempre.

— Eu amo você. – pude ouvir Taehyun dizer, e eu quis responder de volta, mas eu fiquei quieto, tentando segurar o choro, enquanto ainda observava o sol se pondo.

Por volta de umas dez da noite, Taehyun me levou para casa após um dia maravilhoso ao seu lado. Tomamos sorvete, nos sentamos no parque e ficamos conversando um monte, e compramos pulseiras combinando, como sempre fazíamos. Tínhamos uma coleção inteira.

— Obrigado por hoje, senti saudade.

— Eu também, Beomie. – ele se aproximou, deixando um beijo gelado em minha testa, e eu tentei conter o sorrisinho bobo, mas foi impossível.

Quando entrei em casa, minha mãe me esperava sentada no sofá, assim como naquela noite.

Por Deus, onde você estava? – ela se levantou.

— Você disse para eu sair um pouco então eu o fiz, mas aí encontrei Taehyun no caminho e passamos o resto do dia juntos... – eu disse com um pouco de receio. Ela se alterou um pouco antes de dizer:

— Da próxima vez que ficar fora de casa por tanto tempo, avise. Não importa com quem esteja; Taehyun, Hueningkai ou sei lá quem. Mandar uma mensagem não dói, Beomgyu. – ela estava quase para chorar, então a abracei firme e fiz um pequeno cafuné em seus cabelos.

— Me desculpe, mamãe. Juro que aviso da próxima vez, tudo bem? – senti ela acenar, e nos separamos.

— Tome o remédio e vá dormir, sim?

Eu retrucaria, mas não queria fazer isso no estado em que ela estava, então apenas acenei e fui para a cozinha.

Tomei o misterioso remédio, fui para o meu quarto e antes de dormir, mandei uma mensagem para Taehyun.

"Eu te amo, senti muita saudade sua."

meu querido delírio - taegyu.Onde histórias criam vida. Descubra agora