WINE

🍷36🍷

🍷Noah Urrea🍷

Me levanto no mesmo horário de todos os dias, as 6:30. Mas hoje em específico, o dia estava cinza. Ontem de madrugada começou uma chuva muito forte e não parou até agora.
Estava me vestindo depois de sair do banho, quando ouço o interfone de casa tocar, o porteiro disse que alguém estava me esperando dentro do carro la embaixo.
Olho pela janela e embaixo da chuva forte vejo um carro que conheço bem, Sofya estava aqui...

Não penso nem duas vezes, saio correndo de casa, apenas com minha calça de moletom cinza e descalço.
Chego em seu carro e bato no vidro, que foi destravado logo depois que percebera que eu cheguei.

Entro e me sento no banco do passageiro, Sofya olhava fixamente para fora da janela, a água que corria pela rua a destraia. Coloco minha mão em seu ombro, pois desde que entrei ela ainda não tinha me olhado.

"Ta tudo bem Sofya?" - A pergunto.

Ela finalmente se vira, seus olhos verde amendoados estavam tristes, vazios e muito vermelhos devido as gotas salgadas que saiam de seu globos oculares sem parar.

"Noah você ta todo molhado, vai ficar doente." - Ela coloca a mão em meu peitoral e olha em meus olhos depois.

"Fala sério Sofya, sei que é minha melhor amiga, fofo da sua parte se preocupar inclusive. Mas você esta se desidratando de tanto chorar, não se preocupa comigo agora." - Digo e ela ri sem graça, começando a chorar seguida.

Puxo a loira para um abraço forte, ela afunda seu rosto delicado em meu ombro. Seu cabelo estava cheiroso, seu corpo super quente, sua face toda vermelha.
Tiro o elástico que prendia seu cabelo tão forte em um coque bagunçado,afim de aliviar um pouco a tensão para que ela não fique com dor de cabeça.
Meus dedos passeiam livremente pelos seus fios loiros, a acalmando cada vez mais.

Assim que a chuva ficou mais fraca, nós saimos de seu carro e corremos para dentro da minha casa.
Fomos a cozinha para que ela tomasse um pouco de água, agora que tinha parado de chorar um pouco.
Ela insiste em cuidar dos meus machucados, da briga de ontem, deixo ela o fazer contanto que me conte o que aconteceu.

Ela se senta na bancada da cozinha, com o kit primeiros socorros do seu lado, fico em pé no meio de suas pernas para que ela pudesse me ajudar com os cortes.

"Então, depois que fomos embora da adega... Melhor, deixa eu começar de outro jeito." - Ela diz mudando de ideia e passando um algodão com álcool nos cortes, me levando a uma careta de dor.