Andromeda

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Música sugerida: Angel By The Wings — Sia

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Pov Regulus Black

Sinto uma ardência sobre meu peito como se tivesse sido atingido com algo pesado.

Abro meus olhos que estão inchados. Noto que provavelmente eu peguei no sono enquanto chorava. Patético.

Assim que me apoio sobre meus cotovelos tenho o vislumbre do corpo em pé a minha frente.

— O quê quer, Andy? — digo para minha prima, que está com a cara de pouquíssimos amores. Ela me jogou um livro de Herbologia — Você não pode entrar aqui, caso não se lembre. — falo abafando a voz no travesseiro, enquanto o abraço.

Não quero que ninguém veja minha face de derrota pelo resto do dia.

— Levanta seu grande idiota! — ela grita comigo, jogando o livro de poções de Snape nas minhas costas.

— Qual o seu problema? - grito sentindo a ardência. — Ficou louca? Edward queimou o restante de seus neurônios? — levanto abruptamente da cama, indo checar no espelho se minhas costas estava avermelhada.

— Sirius me contou o quê você fez!

— O quê eu fiz? — digo deixando de olhar no espelho para encara-la. Ela só pode estar de brincadeira com minha cara. — Aliás como você entrou aqui?

— Não lhe interessa! — ela me puxa para me sentar a cama, se sentando à frente, na cama de Snape. Por alguns segundos meu olhar se demora quando noto que sua guitarra — descobri que esse é o nome que esse instrumento leva no mundo muggle — está sobre a cama a mostra. Ele realmente não se importa que os outros descubram sobre sua verdade. E agora eu me pergunto: "qual é sua verdade?"

Andrômeda chama minha atenção estralando seus dedos na frente dos meus olhos. Pisco algumas vezes.

— O quê há com você Andrômeda? — pergunto inquieto. A face de minha prima está revoltada. Ela não parece estar brava comigo, mas não para de me agredir. Então devo desconfiar.

— Por que nunca me contou sobre o marido da tia Carm? — ela pergunta cruzando os braços à frente do corpo. — Você podia ter me contado, Regulus!

Suspiro fundo passando a mão pelo rosto. Estou tão cansado!

— Claro que aquele idiota iria te contar.

— Por que nunca me contou? — sua pergunta sai triste.

— Não sei, Andrômeda. Eu era apenas uma criança. Não tinha dimensão do quê estava acontecendo. Não sabia o porquê de me sentir mal e Adolf se sentir bem em fazer aquilo. — pauso e tento não trazer a memória a face daquele desgraçado. — Não sabia o porquê dele me pedir para não falar com ninguém sobre isso ou seria expulso da família. — Andy leva as mãos à boca, demonstrando surpresa.

— Regulus, ele fez algo a mais? — ela pergunta cuidadosa. — Sei que isso já é grande coisa, mas ele fez algo pior do quê isso? Porque se ele fez eu vou matar aquele desgraçado e morrerei nas mãos dos dementadores feliz da vida!

— Não, Andy. — abaixo a cabeça encarando minhas mãos que agora ficam inquietas. Estou tentando travar as memórias, mas elas parecem querer arrombar a porta e destruir minha mente. — Foi isso, apenas isso. — digo baixo.

— Apenas isso, Regulus? — ela diz incrédula. — Isso já foi muita coisa! Você era uma criança, caramba! Ele fez isso uma vez? — ela pergunta.

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