Killin' Me Softly With His Song

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Nós quatro voltamos para a Rocque Records e já tínhamos que nos separar logo de cara: Carlos teve que sair com a Kelly pra resolver os assuntos do emprego dele (afinal, não teria como ele se dedicar totalmente a ser o assistente do James ainda trabalhando na Rocque) e James tinha uma reunião com alguns executivos da gravadora sobre detalhes da turnê. Ele ainda me falava sobre isso quando chegamos ao lounge.

-Eu não queria mesmo ir nessa reunião, mas depois que meu guitarrista morreu, temos que acertar tudo antes da turnê começar. —James deu de ombros e foi até a mesa onde Logan trabalharia e pegou uma pasta preta de uma das gavetas- Carlos me contou onde estavam as músicas antes de sair com a Kelly. Você pode dar uma olhada, se quiser...

-Valeu, James. —Sorri enquanto ele saía, me deixando a sós com o Logan. Claro que aquilo ainda me deixava meio que nervoso. Com meus sentimentos tão em conflito comigo (o meu lado que queria conquistar a amizade do Logan versus o lado queria que isso evoluísse para uma amizade colorida) era difícil eu não me sentir nervoso.

-Vai ver isso agora? —Logan quebrou o silêncio, e um segundo depois vi que ele apontava a pasta de músicas.

-Acho que vejo depois quando voltarmos para o apartamento. Se isso não te incomodar, é claro.

-Eu já disse Kendall, não vai me incomodar em nada. —Ele abriu aquele sorriso matador, aquele sorriso que confundia ainda mais meus sentimentos- Além disso, eu sou uma plateia muito atenta. Em especial quando se trata de você... Tipo, um talento como o seu... É, bom... —Logan começava a ficar vermelho, e eu começava a reparar que quando ele tentava sorrir pra esconder a timidez, as covinhas apareciam. Cara que vontade de morder essas bochechas... Okay Knight, o que aconteceu com toda aquela história de se controlar hein?

-Tudo bem Logan, eu entendi. —Eu sorri e dei de ombros. Foi blasé demais da minha parte, mas eu precisava dar algo pra tranquilizar ele. Senti que se ele ficasse mais vermelho ele poderia até suar de calor- Você é sempre bem vindo pra me ouvir, plateia de um só.

Minha tentativa parecia ter dado certo. Logan deu uma risada antes de ir para trás da mesa onde antes trabalhava Carlos.

-Obrigado, eu acho. Bom, eu tenho trabalho a fazer aqui. Carlos me deixou com uma lista de coisas que eu tenho que aprender a dominar se eu não quiser ser morto na primeira semana e preciso decorar tudo. Então, Sr. Sortudo, como planeja passar esse resto de tarde que se estende livre diante de você?

-Planejo conversar uma coisinha com o Carlos e depois dar uma passada no Starbucks aqui perto e comprar um mocca machiatto pra mim. —Falei, já saindo do lobby- Vai querer alguma coisa de lá, Logie?

Era a segunda vez que eu o chamava de Logie, e era a segunda vez que ele ficava sem reação. Ele me encarava, assim como na mesa do café hoje, mas dessa vez, havia um leve tom rosado em suas bochechas. Se era por causa da conversa que tivemos agora a pouco ou por que eu havia o chamado de Logie, eu não saberia dizer.

-Por que quer conversar com o Carlos? —Ele arqueou as sobrancelhas- E sim, quero um muffin de mirtilo e um espresso venti.

-Eu posso arrumar isso. —Sorri, a meio passo de fechar a porta- E o que vou conversar com o Carlos... Eu te conto mais tarde. —Não resisti ao impulso e dei uma piscada na direção do Logan. Fechei a porta, deixando pra trás um Logan corado, olhando pro teclado do computador como se fosse a coisa mais fascinante do mundo.

The Roommate -- k.l.Onde histórias criam vida. Descubra agora