Finalmente uma possibilidade, um destino comum. Uma vez na cidade, sabe-se lá por qual motivo, meu telefone me deixou na mão e não conseguíamos nos falar. Desencontrávamos, outros compromissos atrapalharam, enfim, deu tudo errado. Já de noite, desanimada, reuni forças, me arrumei - do jeito que tinha planejado - e fui para um bar. Mal olhei para o lugar, de todo mal iluminado, apenas procurei uma mesa discreta e me acomodei. No plano original beberíamos belas cervejas juntos. Brejas, diria ele. De birra, pedi um bourbon. Esperei alguns minutos, futucando frustrada o celular inútil desconectado de tudo, quando veio o garçom com uma caneca congelada de chopp. Reclamei com ele "mas não foi isso que eu pedi" que respondeu me entregando um pedaço de papel e apontando para uma mesa distante, no canto oposto do bar. Abri o bilhete e estava escrito "BAH". Quando voltei a levantar os olhos, toda arrepiada, ele vinha na minha direção.