A Escrava - Parte 1

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- Coisas que só podem ser ditas por DM - você me escreveu quando criou coragem de arriscar uma abordagem menos marota e mais direta.

- Se joga - respondi, apreensiva.

- Tchibum!

- Preciso te adiantar que eu sou completamente depravado.

Você não viu, mas eu sorri como quem dissesse: hold my beer.

Desde então os textings da madrugada nunca mais foram os mesmos. Seria uma baita mentira dizer que nos revelamos ou nos soltamos aos poucos. Confissões e fantasias rapidamente foram expostas. Mesmo distantes, nos despíamos um para o outro a cada "encontro".

Eu sempre fui um tanto multifacetada. Nunca havia me revelado totalmente para um mesmo homem antes. Se todos (os muitos) homens da minha vida se encontrassem e começassem a conversar sobre mim, eles dificilmente iriam concluir que estavam falando sobre a mesma mulher. Mas com você a coisa saiu do controle. Com você - e para você - eu estava sempre com fome e sede de prazer. Com você, eu queria - e quero - provar tudo. Joguei às favas todos os procedimentos de segurança que havia estabelecido para a minha vida online e meti os peitos, a bunda, a buceta e a cara na webcam. E te revelei todos os meus desejos mais profundos.

É fácil demais fluir com você. Eu fecho os olhos e sinto o seu cheiro nos meus pulmões, o seu gosto na minha língua e a sua língua no meu corpo. Do nada, simples assim, eu estou pronta, e me transporto para a minha mais louca e selvagem fantasia: A Escrava.

Me deixo levar para uma casa no meio do nada. Os muitos carros em volta sugerem que o lugar está cheio. Um casal simpático nos recebe, passa as regras e nos deixa sem muita cerimônia. Avançamos até chegar na sala de estar cheia de gente e música e já até temos um copo de bourbon nas mãos. As pessoas ali poderiam bem estar nos bares que frequentamos. São falantes e bem vestidas, como uma festa especial pede, mas acima de tudo, normais. Corpos de vários formatos e tamanhos, mas com o mesmo brilho de cumplicidade no olhar. E que olhares! À medida que avançamos e cruzamos com eles, os olhares nos brindam silenciosamente com calorosas boas vindas.

Não demora para as luzes se apagarem e um casal BDSM assumir o protagonismo sob o único spot de luz que resta aceso. Enquanto eu observo fascinada a Domme poderosíssima começando a surrar seu Sub, você começa a me despir. Chicote em mãos e saltos agulha nos pés, ela pisa e humilha inteiro o macho algemado. Eu estremeço e me dou conta de que já estou quase nua. Luzes coloridas se acendem e esse é o código para os demais entrarem na brincadeira.

Você me vira na sua direção, me beija com intensidade enquanto as suas mãos firmes imobilizam os meus braços colados ao corpo. Parece brincar comigo me obrigando a me curvar para onde as suas mãos mandam. Ali eu percebo e, na mesma hora, meu coração dispara: uma Boneca! Você continua me controlando, lambe minhas orelhas e meu pescoço, morde meus ombros e toma meus peitos. Minhas pernas amolecem e você percebe. Segura meu rosto pelo queixo com firmeza e diz sério, me olhando nos olhos:

- Hoje você não tem vontade.

Eis a fantasia que minha mente foi elaborando à medida que nossa intimidade evoluía: o desejo extremo de provar tudo o que você me propôs tudo esse tempo, sem reservas; uma minha vontade insana de não ter vontade! Hoje eu sou sua escrava, uma boneca de foder e você tem o controle. Você me vira de costas e começa a me acariciar o corpo inteiro. Enquanto aperta um dos seios, murmura ao me ouvido e me aponta as pessoas em volta se comendo. Me provoca se dizendo indeciso sobre por onde ou com quem eu devo ou mereço começar. Até que você me aponta um grupo na sala ao lado e me arrasta até lá. São duas mulheres se exibindo no meio de várias pessoas. E você se decide:

- Vai com elas. Quero ver uma delas rebolando na tua cara.

Eu quase não consigo andar de tanto tesão. Rompo a linha dos que observam em volta e começo a desfilar em volta delas, devagar. Elas estão se deliciando uma com a outra e eu só preciso de um sinal para poder me juntar a elas. Continuo desfilando, mordendo os lábios, lambendo meus dedos, apertando meus próprios seios. Deixando bem claro que estou me exibindo para elas. Olho para você e vislumbro uma leve anuência de aprovação. Me volto para elas e vejo uma mão em minha direção, me chamando.

Eu me aproximo, tomo uma delas pelas costas - a que me chamou - mordendo-lhe o pescoço e ela se empina colocando os peitos deliciosos à disposição da sua primeira companhia que não perde um segundo para sugar com mais força os mamilos da gostosa. Nos revezamos nessa ciranda de carícias, com sempre uma das três no foco das línguas e mãos das outras duas até que eu consigo me deitar no puff, pernas escancaradas para que uma delas me foda com a língua. Você está hipnotizado e só então eu noto os vários machos batendo respeitosas punhetas à nossa volta. Enquanto ela me chupa deliciosamente, eu mordo e umedeço os lábios, sinalizando para a terceira o que eu quero que ela faça. A putona sabe. Ela entende. E não demora para trazer aquele bundão lindo para a minha boca. Eu lambo e chupo a buceta encharcada de lábios cheios e gostosos que me oferece rebolando em cima de mim e pensando em você nos olhando, as três. Enrijeço a língua o mais que posso para foder ainda mais aquela xoxota escura de tanto que já foi usada e quero que você me veja fazendo ela gozar, tremendo histericamente na minha cara.

Quando ela desce, ela me beija carinhosamente a boca babada de gozo e se joga no chão. Você me faz um sinal com os dedos e eu as deixo ali, enroscadas como as encontramos muitos minutos antes. Você me agarra pelos cabelos e me beija loucamente. Me pergunta se eu gostei e eu quase esqueço as regras do jogo dizendo o quanto estava louca ali com elas mas me recuperei a tempo e apenas dou de ombros. Você puxa meus cabelos, me lambe o pescoço e me desafia:

- Vamos ver como você se sai agora.

...

Aquele SotaqueOnde histórias criam vida. Descubra agora