Dias Cinzentos

Só vejo uma saída

Depois da escola, me toquei que tinha que ir para casa. Sinceramente não gosto muito de ficar em casa meus pais brigam muito, meus irmãos discutem.... Isso me deixa muito triste.
Fui para casa, chegando lá aparentemente tudo estava normal. Fui para o meu quarto, deixei minha bolsa perto da escrivaninha, fui tomar um banho, coloquei um pijama( preto com bolinhas pink), deitei- me na cama. Estava tão calmo até que ouço a gritaria. (Pensei: pontual não é?) Meus pais começavam a brigar, saí do quarto fui ver se os dois não se matavam. Eles discutindo muito, falavam altas barbaridades.

Pai:
-Você não presta! Fica me traindo com esses seus machos!(Gritava tal calúnia com os olhos vermelhos ! Estava embriagado álcool e ódio)

Mãe:
- Você acredita no que os outros falam, mas no que eu digo não. Vai lá com eles vê se eles vão te aturar, passar, lavar e cozinhar pra você! Não vão!! ( Dizia ela com um nó na garganta e olhos com lagrimas. Tão triste com tal calúnia)

Pai:
- Mentira? Não foi ninguém que inventou, eles viram e me falaram!( ele falou indo para cima dela pra bater! Meus irmãos gritavam! Estavam chorando, tremendo.)

Mãe:
-Vem me bater!vem! Que eu te acerto!( ela foi e puxou uma faca. Ele foi pegar a outra. )

Charlo:
-Parem! Parem! Vejam o que vocês estão fazendo! Nos destruindo!( Gritei me metendo entre eles, deixei-os paralizados, tirei a faca da mão da minha mãe.)
Pai:
-Se eu me irritar eu vou embora e deixo vocês aqui quero saber como vão viver sem mim!( Falou sua ameaça, entrou para o seu quarto.)
Meus irmãos choravam muito, eu não queria chorar, mas as lágrimas queriam sair.
Voltei para meu quarto com lágrimas nos olhos debrucei-me sobre a cama, eu me segurei para não chorar, mas as lágrimas insistiram e de tão teimosas já rolavam pela minha face; com raiva me perguntava: " isso nunca vai acabar?"
Peguei a lâmina, era a única solução para tanta dor que estava dentro de mim. Fiquei com ela na mão, eu tentava, mas não conseguia. Uma voz em minha mente dizia:"Faça! Você vai se sentir melhor! Faça!" Até que os gritos da discussão que estavam em minha mente desencadearam todas as lembranças e magoas já guardadas, fiz o primeiro corte! Depois outro, outro, outros e outros em uma só noite e adormeci chorando.
Acordei com uma dor de cabeça horrível, meu braço coberto por sangue, mas não era tão grave, os cortes não foram profundos.
Fui tomar banho, fiz minha higiene da manhã, olhei meu braço e parecia uma pulseira varios cortes finos, saí do quarto e percebi que nenhum de meus pais se encontrava em casa. O que é um alívio, pois não haveria brigas pela manhã.

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