𝐂𝐇𝐔𝐑𝐂𝐇, ran haitani

𝐈𝐈 | 𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐘

Descobriu uma coisa sobre Ran naquela noite, ele podia ser muito silencioso. Mas não como uma tarde pacífica ou uma praia vazia, mas sim como um animal caçando. Não te assustava, mas com certeza despertava interesse.

— Vim buscar o que eu deixei contigo. — Disse o homem depois de alguns segundos de silêncio.

Você respirou fundo e deu um passo para trás antes dar um pequeno sorriso para o homem na sua frente. Ele respondeu com um sorriso igual.

Uma coisa que você não conseguia entender era o porquê de ele ter deixado aquele anel aqui.

Ran estava com as mãos nos bolsos, um grande relógio sobre seu pulso direito, e várias pulseiras no pulso esquerdo. Usava um terno parecido com o da primeira vez que o viu.

— Achei que não ia vir mais. — Você disse.

O Haitani franziu as sobrancelhas em confusão, mas então sorriu de forma maliciosa. Você imitou a expressão dele.

— Parece que você quem sentiu a minha falta, não é? — Continuou, cruzando os braços.

Ran deu um passo para frente. Agora estavam tão próximos que podia sentir a pressão do peitoral dele sobre o seu quando ele respirava. Ele abaixou a cabeça até a altura do seu ouvido.

— E se eu disser que sim? O que você ia responder, amor? — Ele sussurrou. E afastou o rosto para te olhar nos olhos.

Você levantou a cabeça lentamente, ficou em silêncio, o desafiando. O sorriso fino do Haitani não podia te incomodar mais. Ran retirou uma das mãos do bolso e balançou um molho de chaves na sua frente.

— Estava procurando por isso? — O mais alto perguntou.

Suas sobrancelhas saltaram. Como ele tinha pegado suas chaves? E mais importante, quando ele fez isso?

[Nome] esticou a mão para pegar as chaves mas Ran as afastou, tirando do seu alcance. Ela revirou os olhos, antes de estender a mão, esperando que ele as entregasse. Ran colocou as chaves sobre a mão da mulher, antes de sorrir convencido.

— Há quanto tempo está com elas? — Questionou cruzando os braços.

Ran estava adorando aquilo, não só a parte de obter controle sobre a situação, mas também conseguir irritar a mulher à sua frente era extremamente satisfatório.

— Isso não importa. — Ele deu de ombros. — Então, e o meu anel? — O Haitani perguntou.

Você revirou os olhos e ficou de costas para o mais alto, começando a caminhar até a portaria.

— Na minha caixinha de jóias. — Disse cruzando os braços contra o corpo por culpa do vento gelado.

— Que fofo. — Haitani disse, mais para ele mesmo do que para você.

Suspirou enquanto caminhava. Ran te seguia de perto ao mesmo tempo que você se dirigia do corredor para os elevadores. Achava que dentro da caixa metálica a situação iria ser desconfortável, já que seu andar era alto e o abençoado elevador sempre acabava parando por alguns minutos.

Apertou o botão do 15° andar, rapidamente começando a se olhar no espelho do local.

— Não precisa se arrumar pra mim, acho que está ótima... — Ran disse, o tom de sarcasmo em sua voz era perceptível de longe.

— Me arrumar? Achei que você estava aqui para fazer o contrário. — [Nome] o respondeu no mesmo tom.

O Haitani colocou a língua na bochecha e depois sorriu, após isso um silêncio confortável se instalou até ambos chegarem no andar desejado. Caminhou no largo corredor até sua porta, número 13, pegou suas chaves e enfim abriu a mesma.