Poder Nas Veias

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Cebola Narrando

Acordo sentindo uma energia gostosa passando pelo meu corpo. Ela é quentinha e agradável. Percebo que não estou sentindo a cama embaixo de mim. Quando olho pra baixo vejo que estou flutuando. Olho para minhas mãos e percebo que estou emitindo um brilho dourado. Me assusto e caiu na cama. Ao me sentar percebo que o DC está me olhando para mim com cara de espanto.

– O que foi que aconteceu aqui? – Ele pergunta.

Eu ia responder, mas a minha barriga ronca e eu rapidamente desço para a cozinha e começo a abrir os armários procurando o que comer. O DC vem atrás de mim e pergunta de novo.

– Eu estava morrendo, mas por algum motivo eu não morri. – Digo começando a comer um salgadinho que eu encontrei no armário.

– Você estava flutuando, brilhando e seu cabelo está com mechas douradas. – Ele diz. – Tem muito mais nessa história. –

– Meu cabelo o que? – Me olho no reflexo da porta geladeira e vejo algumas mechas douradas em meu cabelo. Apenas dou de ombros e abro a geladeira pra pegar mais coisas para comer.

– Você não vai me responder? –

– Eu… espera um pouco? O que você está fazendo aqui? – Pergunto sem entender.

– O professor Licurgo passou um trabalho em dupla e você é a minha dupla. – Ele diz. – Eu vim aqui para tentarmos fazer o trabalho e sua mãe pediu para eu olhar você enquanto ela ia buscar a sua irmã. Aí quando eu entrei no quarto você não estava respirando. Então eu fiz respiração boca a boca em você. –

“Então foi isso que eu senti ser pressionado em meus lábios.” Penso.

– Pelo visto você salvou a minha vida. Então muito obrigado. – Digo.

– De nada, mas você ainda não me respondeu. – Ele diz.

Eu estava prestes a responder quando a porta abre e minha mãe entra juntamente com a Maria. Assim que ela me vê vem correndo em minha direção e pula em meu colo.

– Cebolinha. Que bom você melhorou. – Diz a Maria me abraçando forte. – Eu estou tão feliz.

– Eu não estou conseguindo respirar. – Digo. – Eu também estou feliz por ter melhorado. –

– Filho, como você está se sentindo? – Minha mãe pergunta.

– Eu estou bem. Faminto, mas bem. – Digo pondo a Maria no chão.

– Como isso aconteceu? – Minha mãe pergunta.

– Eu fiquei doente do nada. Faz sentido eu ficar bom do nada também. –

– Quando eu cheguei no quarto ele estava bem. – O DC mente.

– Obrigado. – Digo sem fazer som quando minha mãe se vira para olhá-lo.

– Bom, então eu já estou indo. – Ele diz. – Fazemos o trabalho outro dia Cebola. Tchau Dona Cebola. Tchau Maria. –

– Eu te levo na porta. – Digo.

O levo até a porta e a abro para ele. Saio junto com ele e fecho a porta atrás de mim.

– Muito obrigado mesmo. Por salvar a minha vida e por mentir para a minha mãe. –

– Não foi nada. E pelo visto vou ficar sem respostas. – Ele diz.

– Eu explico tudo no colégio. – Prometo.

– Então tá. – Ele diz. – Eu vou indo. –

– Tchau. –

Ele vai embora e eu volto para dentro de casa. Assim que entro minha mãe me dá um abraço bem forte e depois começa a me examinar procurando se está tudo bem. Ela fica nisso por uns cinco minutos e então finalmente se dá por satisfeita ao não encontrar nada. Minha mãe ficou tão estática pelo fato de eu estar melhor que nem reparou no meu cabelo.

A Nova Turma(Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora