O diário de Peter Van Daan

Segunda-feira, 13 de julho de 1942

Caro leitor,

Criei este diário com a finalidade de ter uma forma de expressar e botar pra fora o que eu sinto, mostrando situações da minha futura nova vida, além do diário, tenho o meu fiel escudeiro, companheiro inseparável, meu gatinho Mouschi.

Me chamo Peter Van Daan, tenho 16 anos, sou natural de Osnabruque (região sul da Alemanha), porém em 37 me mudei para Amsterdã, na Holanda. Hoje estamos mudando-nos para um anexo, devido à guerra.

Nossa família (eu, minha mãe, meu pai e Mouschi) dividirá, ou melhor, compartilhará o anexo com a família Frank. O Sr. Otto Frank nos concedeu o espaço, ele é chefe de meu pai. Ambos chegaram a conclusão de que haveria espaço para as duas famílias se abrigarem. Os Frank também não se tratam de muita gente, assim como a nossa família eles somam quatro pessoas.

Eu tenho pouca ou quase nenhuma informação sobre os Frank. Sabe, o que eu sei é que o casal tem duas filhas da minha idade, mas esse fato pouco me importa. Não me imagino socializando e criando laços com ninguém além do Mouschi, pobre Mouschi.

Você vai me achar meio maluco, mas ele é um ser superior pra mim. Quando passo noites em lagrimas, por exemplo, seu afeto e seu pelo me confortam. É como se ele fosse a minha sombra, pois está sempre atrás de mim e me compreende mais do que qualquer outro ser.

Por volta das nove e meia eu finalmente cheguei ao anexo secreto. Finalmente não por ansiedade, mas por conta do meu corpo estar quase entrando em exaustão, já que passamos grande parte do dia anterior arrumando nossas roupas.

Não tive uma recepção muito calorosa, o Sr. e a Sra. Frank me cumprimentaram, porém não me senti confortável com os olhares de julgamento das duas garotas, pude sentir que me julgaram com seus olhares e pensamentos. Pouco tempo depois meus pais chegaram, houve uma confraternização durante o almoço e durante o período do jantar.

Eu apenas me servia e comia, sem abrir o bico e dizer uma palavra. Não queria ser inconveniente, mas também não estava afim de um papo ou qualquer tipo de conversa alongada naquela mesa.