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"Cinema"

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BOHEMIAN RHAPSODY de Queens tocava no toca fitas de Anne.

- Mamma! - Ela cantava junto, puxando Max pra dançar - I dont wanna die! Sometimes I wish I never been born at all!

- Essa música é depressiva - Riu Max, ainda nos braços de Anne.

- Ta zuando!? É pura poesia! - Disse Anne - Deus, quando eu morrer, me deixe continuar ouvindo Queens! - Ela gritou pro teto, fazendo Max cair na risada ao deitar na cama.

- Nós temos um cinema pra ir - Disse Max.

Anne se jogou ao lado dela e a beijou de surpresa, Max correspondeu seu beijo longo, bocas coladas em movimento por algum tempo.

- Eu amo sua casa - Disse Max entre o riso - Você tem o que todo adolescente quer, casa livre o tempo todo.

- Tem Steve - Ela argumentou.

- Está no trabalho - Disse Max.

- Meus pais estiveram aqui no natal e na semana passada - Anne argumentou.

- Duas vezes no ano. É assustador - Max sorriu pra namorada nada oficial dela.

O par não era um casal oficial, claro que não pra ninguém além delas mesmas. Anne queria contar pra Will, mas só pra Will porque era o único que ela confiava nesse nível. Steve era o maior, por falta de termo: pegador de Hawkins por muito tempo, Anne não sabia como ele reagiria, ela tinha que admitir, ela tinha medo da reação dos seus amigos e de Steve. Seus pais obviamente teriam uma reação nível a mandar pro internato fora do país, Anne não podia arriscar. E Max muito menos, não com Billy, ou o pai dele, ou sua própria mãe, eles não gostariam nada disso, no entanto, ela tinha mais medo de Billy.

Elas ainda trabalhavam em si mesmas a ideia de serem capazes de aceitar que não poderiam beijar sempre que quisessem em público.

Anne aceitou que ela gostava de garotas, e ela estava ficando bem com isso. Esse não era o problema.

O problema eram os outros, os medos de suas reações, o problema era basicamente o mundo como ele era. Se alguém descobrisse, dependendo de quem, mas se isso espalhasse, certamente elas sairiam feridas, talvez fisicamente. Isso fazia Anne se questionar, talvez Max também se sentisse assim. Com um medo constante absurdo.

Elas tentaram, tentaram se convencer que um dia, talvez muito longe, elas poderiam se beijar sem medo, sair sem medo, se assumirem sem medo, serem felizes sem medo. Esse dia não era hoje, infelizmente.

- Não quero ir - Disse Max, resmungando entre o beijo.

- Pena, pois agora temos que ir - Anne se levantou da cama e começou a colocar suas botas.

- Oh não! Vamos ficar aqui! - Max fez sinal de imploro com os braços, fazendo Anne rir e desligar o toca fitas.

- Hora de ir - Anne cantarolou indo pra porta do quarto - Não podemos atrasar - Anne saiu pela porta do quarto e Max se viu obrigada a segui-la.

Elas foram descendo escada a baixo, atravessaram a sala e chegaram a bicicleta de Anne. Max se posicionou na carona e aproveitou a chance que tinha de abraçar Anne em publico, sentindo o vento ao seu redor até o shopping.

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