❛𝐂𝐀𝐑𝐍𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘❜

CAPÍTULO 1

                              ▪︎FLASHBLACK▪︎

Lembro-me daquele dia perfeitamente até mesmo os mínimos detalhes de como tudo aconteceu, era muito raro mas cheguei atrasada ao trabalho pela primeira vez em muito tempo que trabalho lá .

Quando entrei apressada meu chefe me olhou  e disse para que eu me arrumasse pois iria atender as mesas, assim apontou para um rapaz que na mesa estava para que fosse atender, fiquei confusa, minha função não é atender as mesas e sim cuidar do caixa.
Não pude enfrentá-lo ou ao menos reclamar, não queria arrumar problemas e muito menos perder o emprego eu presciso dessa renda mesmo sendo pouca,não é todo lugar que vão aceitar uma garota sem pelo menos uma faculdade superior.

– Como se sente sabendo que provavelmente vão te trocar de lugar?-  Disse Luísa a novata.

– Não entendo como podem me trocar de lugar sendo que eu sempre fiquei no caixa- Passo a mão em meu cabelos um pouco nervosa.

– Da mesma maneira que você pode reclamar eu também acho que você pode ir atender aquelas mesas, inclusive tem um rapaz precisando de atendimento nesse exato momento - Meu chefe me olhava com certo deboche.

Desde o momento que fui empregada nesse estabelecimento sinto que o mesmo não vai com a minha cara e principalmente não se sente bem com a minha presença no local, não me interesso muito desde que ele não encoste em mim. Sinto uma leve ardência em minhas costas como se estivesse sendo exposta ao sol de meio dia, um virada repentina e ao perceber seu olhar sobre mim me senti confusa, seus olhos castanhos se encontraram diretamente com os meus, em seu rosto se formou um sorriso angelical com uma pequena risada notória, os fios negros de seu cabelo caídos na testa fazia com que ele se parecesse um Deus Grego.

O mesmo franziu o cenho como se estivesse esperando que eu o atendesse, em sua feição percebi que ele não queria outra pessoa...ele queria a mim...

– Será que a bela moça poderia receber o meu pedido por gentileza? - Suas palavras soavam com tanta delicadeza.

– Claro, minha função não é atender as mesas com isso não tenho muito experiência - Digo observando com destreza seu cabelo amarrado.

– Não vejo problemas nisso com o tempo se pode aprender muitas coisas - o mesmo me olhava com atenção.

– Parando pra pensar por um lado pode estar certo.

– Por exemplo, como eu posso aprender a conseguir seu número de telefone? – O mesmo me encarava.

Eu gelei no exato momento.

Percebi que ele me olhava fiquei envergonhada pois não sabia oque dizer ou pensar olhei para o lado enquanto o mesmo ditava o seu pedido evitando qualquer tipo de contato visual, me afastei da mesa e tive a sensação do mesmo me seguindo com os olhos, seu olhar estava impregnado em mim e ao mesmo tempo sinto seu olhar em minha bunda.

– Da maneira que tu disse passou na minha cabeça que você não queria receber os pedidos nas mesas - Luísa percebeu meu sorriso bobo.

– Ainda não gosto da função de receber os pedidos das mesas.

Eu prescisava tocá-lo não posso recusar que o rapaz mexeu com o meu subconsciente mesmo nem sabendo seu nome, suas expressões faciais diziam muito sobre si e ainda sim suas intenções, os cabelos molhados de suor o faziam mais gentil e sexy ao mesmo tempo, a lábia do mesmo era totalmente indescritível.

– Do meu ponto de vista o belo rapaz mexeu com a sua cabeça - Luísa diz com certeza

– Do meu ponto de vista sei que acabei de conhecê-lo e não faz total diferença sendo que nem seu nome sei - ainda sim sinto seu olhar sobre meu corpo.

– O pedido da mesa 4 está pronto - disse um colega de trabalho .

– A mesa 4 é a do seu admirador Garota - disse Luísa brincando comigo .

– Deixa eu levar o pedido - Quando me virei percebi que ele estava a me olhar e isso me deixou com um pouco de vergonha .
Ele me observou até chegar em sua mesa , nisso eu fiquei com mais vergonha ainda .

– Aqui está o seu pedido , desculpe pela demora - disse colocando o pedido na mesa .

– Não teve demora , obrigado - ele disse gentilmente

Assim que ele disse me olhando , eu deixei cair nele um dos pedidos .

– MEU DEUS ....Me desculpe limparei imediatamente - disse passando o pano na manga de seu casaco .

Enquanto limpava a manga de seu casaco percebi o quanto o mesmo era forte, agora ele me encarava da mesma maneira que antes sinto que ele gostaria de me dizer algo mas ao mesmo tempo não saiam nem sequer uma palavra de seus lábios, antes que pudesse te dizer algo...ele grita:

– Garota por acaso você está morta? -  Era meu Chefe, Iria responder mas percebi que era uma pergunta retórica.

– Não é dessa forma que tratamos os clientes nesse estabelecimento e muito menos com esse tipo de comportamento, você quer perder o emprego?! - O mesmo parece alterado.

Da forma que ele começa a dizer percebo que ele não está bravo e sim estressado e ainda mais pelo fato de eu ter chegado atrasada o mesmo irá descontar tudo em mim, quando fechei meus olhos apenas para ouvir os xingamentos o meu "príncipe" assumiu o comando.

– Pelo que eu saiba não é dessa maneira que se trata uma mulher, ou melhor, não é dessa maneira que se deve tratar qualquer pessoa ou animal, a senhoria está bem? - O mesmo me pergunta.

– Não se preocupe eu estou bem ‐ Meu chefe me encara e acena com a cabeça para o balcão assim saindo andando, com isso sei que vou levar uma bela bronca com o decorrer da tarde.

Dou um leve suspiro, estou cansada e ao mesmo tempo com dor na coluna, se o mesmo der uma nota ruim para o atendimento posso perder o emprego.

– Com oque tanto está preocupada e talvez nervosa? - Um sorriso se forma nos lábios do mesmo.

– Você poderia dar uma nota de 1 a 10 para o atendimento do estabelecimento? - Entrego para o mesmo oque seria um "panfleto".

– Mas é claro, com isso presciso ir embora tenho muitos assuntos para resolver - O rapaz pega o panfleto de minha mão e escreve algo com uma caneta azul.

Ele me entrega este papel, e com um lindo sorriso se despede de mim e assim passa pela pequena porta decorada e aos poucos sumindo da minha vista, abro o pequeno pedaço de papel que estava dobrado em quatro e percebo um detalhe, oque o rapaz havia escrito:

" 𝗙𝗼𝗶 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗯𝗼𝗺 𝗳𝗮𝗹𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗼𝗰𝗲̂, 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝘀𝗮𝗯𝗲 𝘂𝗺 𝗱𝗶𝗮 𝗽𝗼𝗱𝗲𝗺𝗼𝘀 𝘀𝗮𝗶𝗿 𝗲 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗲𝗿𝘀𝗮𝗿, 𝗾𝘂𝗮𝗹𝗾𝘂𝗲𝗿 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮 𝗺𝗲 𝗹𝗶𝗴𝗮". - 𝗗𝗮𝘃𝗶𝗱

Por um lado pensei que fosse bom mas ao mesmo tempo pensava se daria continuidade com tudo isso, eu não o conhecia e presumi que "David" fosse seu nome, a aparência angelical e a boa lábia do mesmo ainda sim não diziam sobre ele e muito menos suas intenções.

Com tudo isso fiquei pensativa o resto da tarde, encarava o número de celular que David havia escrito no pequeno pedaço de papel, a questão era que caso eu ligasse estaria correndo um risco e se não ligasse ficaria na vontade, ou seja, estava indecisa.
Com o passar do tempo resolvi dar uma chance a mim mesmo, eu quero sair para me divertir sem preocupações com o trabalho ou algo   relacionado, assim cheguei em casa fui contar o ocorrido para Yara, caso eu me sentisse estranha ela me ajudasse mas foi totalmente ao contrário.

– David? - Yara me olha surpresa.

Da maneira que ela perguntou sinto que a mesma já o conhecesse ou tivesse intimidade, não me importei com seu jeito estranho e misterioso mas decidi relevar e dar uma chance, só não sabia oque viria depois...