Cap:1 ☆SOPHIA☆

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Depois de várias noites sem dormir, a angústia e medo crescem dentro de mim. Meu  pai insiste em me casar, diz que eu não tenho mais salvação, que minha reputação acabou e que não quer uma filha pecadora em sua casa. Minha mãe não disse uma palavra sequer desde o ocorrido. Nesse exato momento estou na sala, largada no sofá discutindo com o meu pai. 

-Pai, eu já lhe falei que não irei me casar. 
-Sophia, você não está no direito de escolher nada. Filha minha não ficará na boca do povo para sempre.
- Mas eu não ligo. Deixe que falem. — Olho para o meu pai com a raiva quase me matando, mas tento não demonstrar. — EU NÃO QUERO ME CASAR. 

Falo me  levantando com um sobressalto e acabei ficando tonta. Sento instantâneamente colocando a mão na cabeça e respirando fundo.
O que está acontecendo?

-Pai, mãe, vou subir espero que vocês pensem direito no que estão prestes a fazer. inclusive discordo de que irão achar alguém que queria se casar comigo depois desse escândalo.

Falo com um nó na garganta e me retiro.

Passo pela sala em silêncio, e subo os degraus tentando com toda força chegar ao meu quarto antes de passar mal no corredor. Enquanto sigo caminhando, começo a reparar na cor bege na parede com detalhes de cinza, nos quadros de pessoas antigas que nunca nem vi mais que por ser da família estão lá, e passo a me perguntar se um dia meu pai me perdoaria, se um dia meu retrato também estaria pintado em um quadro e pendurado nessa mesma parede. 
Quando chego ao meu quarto desmorono na minha cama e fecho os olhos tentando imaginar o que vai acontecer comigo. Depois do que pareceu quase uma hora em silêncio com meus pensamentos, fico com vontade de tomar um banho, toco o sino e chamo uma criada para preparar uma água para mim. Assim que ela chega eu me levanto e espero ela colocar minha água na banheira, quando de repente tudo começa a girar e a escurecer. Tento segurar no mastro da minha cama, a última coisa que vejo é minha criada vindo até mim assustada pra me segurar. 

Acordo deitada na minha cama  com o médico James Schollot de pé ao meu lado, meu pai nos pés da cama e minha mãe em uma poltrona, todos sérios, e se eu não falasse alguma coisa pensaria até que  eu tivesse morrido só estava minha alma ali.

-Pai o que aconteceu?
Pergunto temendo sua resposta. 
-Minha filha o que você fez? Você sabe o quanto isso é sério, eu tô muito decepcionado com você, te criei pra ser uma dama, pra se casar com alguém como o príncipe Antonny, mas é isso que você faz? Você fica grávida de qualquer um. Um filho Sophia, UM FILHO. 

Assim que ele fala as últimas palavras eu fico confusa e com medo. 

-Mãe o que ele está falando? 
Pergunto para minha mãe, esperando que ela negue isso tudo, que não passe só de uma brincadeira. Mas ela não responde, a única coisa que faz e que tem feito nesses últimos dias e virar seu rosto pra não me olhar. 

-Não pode ser. Um filho, o que será de mim. 

Começo a chorar, e com isso todos deixam o quarto, ficam apenas eu e mais alguém dentro de mim. Passei a tarde inteira pensando em tudo que aconteceu, tendo flashBack do dia em que tudo mudou em mim para sempre… agora não posso mais ignorar o fato do casamento, preciso me casar, e rápido. 

No dia seguinte, meu pai pediu pra minha criada avisar que ele tem algo a me dizer. Quando chego, a mesa do café está pronta e me sento na cadeira a seu lado direito. Ele está na ponta e minha mãe à sua esquerda, e na minha frente. 

-Bom dia meu pai. Bom dia minha mãe.—falo com a cabeça baixa com vergonha de lhes encarar seus rostos. — bença? 
-Deus lhe abençoe— diz meu pai. 
- Deus lhe abençoe. — diz minha mãe, ainda sem conseguir olhar pro meu rosto. 
-Vamos logo ao que interessa—diz meu pai com a voz mais grossa que o normal. — eu lhe arranjei um noivo, e discutir esta fora de questão, vocês irão se casar em uma semana. 
-Quem é meu pai?— pergunto curiosa. 
-o conde de Copenhague. 

Assim que ele diz essas quatro palavras é como se todo o ar do meu pulmão tivesse sido tirado com um murro na minha barriga. Pisco freneticamente tentando raciocinar direito diante de tal absurdo. Ninguém quer se casar com o Conde de Copenhague, ninguém sequer chega perto dele, dizem que é um monstro que vive em sua residência trancafiado se alimentando da carne de humanos. Como os meus pais permitem que eu me case com tal "ser humano" mas com as minhas condições eu não posso dizer não, meu pai não permitiria eu escolher, ainda mais agora que estou grávida. 

-Tudo bem. — é a única coisa que eu falo antes de pegar um pedaço de bolo e comer em questão de segundos.

Passei o restante do dia com enjoos e com medo do meu futuro marido que nem sequer conheço.

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