Porchay foi jogado brutalmente na parede. Seus olhos se fecharam por uma fração de segundos, antes de seus lábios se entreabrirem em um suspiro irregular ao sentir a língua morna do mais velho passear pelo seu pescoço, traçando um caminho até sua boca. Logo sentiu-a pedindo permissão para entrar, a qual o mais novo cedeu rapidamente. Suas mãos foram de encontro com o pescoço do loiro, puxando-o para mais perto. O que foi recebido com um aperto forte em sua cintura.
Um vento gelado atravessou os dois como uma navalha, justamente quando a mão do garoto começava a adentrar a calça do menor e sua boca começava a fazer uma trilha de beijos molhados pela sua clavícula. Embora só tivesse os dois no beco, Porchay olhou para a entrada da extensa rua procurando por alguém que pudesse passar e ver a cena. Felizmente, ninguém estava preocupado com duas pessoas transando em plena madrugada. O loiro abaixou sumindo da sua vista, porém o menino logo sentiu o zíper da sua calça ser aberto. O moreno moveu sua mão para o cabelo do mais alto buscando puxá-lo. Porém, seus dedos escorregaram pelas madeixas curtas do garoto. Confuso, abaixou o olhar para o ser ajoelhado na sua frente. Antes que pudesse raciocinar, recuou.
—Não—disse antes que a única peça que segurava sua intimidade fosse tirada.
—O que houve, gatinho? Relaxa... —tentou o garoto, apertando o membro do menor por cima da cueca. Mas o clima havia esfriado para o mais novo, que se afastou rapidamente das mãos do loiro.
—Não dá, eu não consigo. Desculpa—disse o moreno, subindo as calças e o zíper. Os olhos confusos do mais velho foram deixados para trás quando o menino saiu andando à passos apressados para dentro do bar.
Porche, que preparava uma bebida do outro lado do balcão, viu seu irmão entrar pela porta dos fundos atordoado. Serviu o drink a moça que o encarava furtivamente e pediu licença ao se retirar, indo de encontro ao menino.
—Ei! O que aconteceu? —perguntou, impedindo a passagem do garoto.
— Nada, só tô um pouco tonto—mentiu. O mais velho sabia que o irmão estava mentindo. Sua face estava confusa e seus olhos não enganavam. Tinha o visto sair com alguém pelos fundos, mas não esperava que ele realmente durasse muito tempo lá. Porém, sabia da situação que o menor estava passando e, embora quisesse com todas as suas forças consolá-lo, sabia que nada que fizesse faria o coração partido do mais novo se curar.
—Olha, eu vim de moto, mas você pode voltar com ela. Melhor ir pra casa—disse, pegando as chaves do bolso e colocando-as na sua mão.
—Mas e você?
— Qualquer coisa eu ligo para o Kinn, não se preocupe. Se cuida—finalizou com um selar na testa do irmão, que se despediu com um adeus breve.
Seus pés o levaram automaticamente para o automóvel estacionado nos fundos do bar. Não tinha carteira, mas sabia dirigir e ninguém iria pará-lo àquela hora da noite. Arrancou o motor ao acelerar pela longa pista a caminho de casa. Seu cabelo voava com o vento frio da noite enquanto seus pensamentos traíam-no ao irem direto para o cantor que tentava não trazer a sua mente. Apertou o guidão com força, acelerando ainda mais a moto. Pedaços de memória começaram a passar pela sua cabeça e a última conversa soou em seus ouvidos como se tivesse acabado de acontecer.
Uma semana atrás...
—Chay, por favor, me deixa explicar... —tentava Kim, segurando o braço do mais novo.
—Explicar o que?! Que você é a porra de um mafioso que só se aproximou de mim pra descobrir sobre a minha família?! —se livrou das mãos do moreno, que o encarava com uma expressão suplicante.
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Again [+18]
NouvellesDepois de descobrir a verdade sobre o garoto que tinha se entregado de corpo e alma, Porchay precisa tentar seguir em frente. Porém, como as vezes o universo tem suas próprias vontades, talvez não seja tão fácil assim esquecer, ou superar o insuperá...